"Todos os Santos" e "Todos os Fiéis Defuntos"

Pax et bonum!
Vamos tratar da Solenidade de Todos os Santos e da Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos.

Solenidade de Todos os Santos


Aspecto histórico:
Fazer memória de todos os santos conhecidos e desconhecidos tem sua origem já no séc. IV, no intercâmbio de memórias dos mártires entre as dioceses e no estabelecimento de dias em que se comemoravam juntos vários mártires.
No séc. VIII o papa Gregório III consagrou uma capela em honra de Todos os Santos e fixou o aniversário para 1º de novembro. 100 anos depois, Gregório IV estendeu a celebração para toda a Igreja.

Aspecto litúrgico:
Trata-se de uma Solenidade, tendo, portanto, o Gloria e o Credo, celebrada no dia 1º de novembro. No Brasil, é celebrada sempre no domingo seguinte ao dia 1º, caso este não seja domingo.
A cor usada é o branco.
O sentido do dia é a comemoração dos méritos de todos os santos e a súplica a Deus na confiança de ter a todos eles por intercessores.
A Igreja Militante pede auxílio à Igreja Triunfante.

Aspecto canônico e civil:
É festa de preceito nos termos do Cân. 1246.

Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos


Aspecto histórico:
Desde muito cedo se vê que os cristãos vivos sempre rezaram pelos cristão já falecidos.
As primeiras manifestações eram as anotações dos nomes dos falecidos. Por volta do séc. VI, os beneditinos rezavam, num dia particular, por todos os religiosos falecidos da comunidade.
Por volta do séc. XI já era celebrada na Abadia de Cluny na data de 2 de novembro. Provavelmente foi estendida a toda a Igreja no séc. XIV.

Aspecto litúrgico:
É uma comemoração especial, não podendo ser enquadrada como memória, festa ou solenidade.
Não se reza o Gloria nem o Credo.
A cor usada é o roxo ou o preto.
O sentido do dia, bem expresso pelas três Orações do Dia, é a profissão de fé na ressurreição dos mortos e a purificação dos cristãos falecidos na graça, para que logo contemplem a Deus face a face e sem cessar.
A Igreja Militante dá auxílio à Igreja Padecente.

Aspecto canônico e civil:
No Brasil, feriado nacional.

Aspecto Teológico

Cremos que as almas de todos aqueles que morrem na graça de Cristo - quer as que se devem ainda purificar no fogo do Purgatório, quer as que são recebidas por Jesus no Paraíso, logo que se separam do corpo, como sucedeu com o Bom Ladrão -, formam o Povo de Deus para além da morte, a qual será definitivamente vencida no dia da Ressurreição, em que estas almas se reunirão a seus corpos.
Cremos que a multidão das almas, que já estão reunidas com Jesus e Maria no Paraíso, constituem a Igreja do céu, onde gozando da felicidade eterna, vêem Deus como Ele é (cf. 1Jo 3,2), e participam com os santos Anjos, naturalmente em grau e modo diverso, do governo divino exercido por Cristo glorioso, uma vez que intercedem por nós e ajudam muito a nossa fraqueza, com a sua solicitude fraterna(34).
Cremos na comunhão de todos os fiéis de Cristo, a saber: dos que peregrinam sobre a terra, dos defuntos que ainda se purificam e dos que gozam da bem-aventurança do céu, formando todos juntos uma só Igreja. E cremos igualmente que nesta comunhão dispomos do amor misericordioso de Deus e dos seus Santos, que estão sempre atentos para ouvir as nossas orações, como Jesus nos garantiu: "Pedi e recebereis" (cf. Lc 10,9-10; Jo 16,24). Professando esta fé e apoiados nesta esperança, nós aguardamos a ressurreição dos mortos e a vida do século futuro.

(Solene Profissão de Fé, Paulo VI, 30/06/1968)

Por Luís Augusto - membro da ARS

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