Le Pèlerinage de Lourdes - a Encíclica de Pio XII nos 100 anos das aparições
Pax et bonum!
Portanto, diremos apenas que a Festa foi estabelecida por conta das aparições da Virgem Maria na chamada gruta de Massabielle, junto ao rio Gave, em Lourdes, na França. Essas aparições iniciaram em 11/02/1858 e ocorreram por 18 vezes até 16/07 do mesmo ano. A vidente era uma pobre menina de 14 anos, chamada Bernadette Soubirous, a qual, crescendo de virtude em virtude, tornando-se religiosa, faleceu em fama de santidade e foi canonizada em 08/12/1933, pelo Papa Pio XI. É muito conhecida por seu corpo ter se mantido incorrupto.
Amados irmãos, hoje, 11 de fevereiro, a Igreja Católica, no Rito Romano, celebra a "Aparição da Bem-aventurada Virgem Maria Imaculada", "Nossa Senhora de Lourdes", conforme chamada respectivamente a memória de hoje (facultativa na Forma Ordinária e de III Classe na Forma Extraordinária).
Tínhamos pensado em traduzir o artigo da Catholic Encyclopedia, e até poderemos fazê-lo, mas não nos daria a certeza de postar algo hoje, por questões de tempo.
Gruta de Lourdes |
As aparições ocorrem transcorridos quatro anos da proclamação do dogma da Imaculada Conceição (08/12/1854), pelo qual cremos que Deus, de forma singular, isentou a Virgem Maria, quando esta foi concebida no ventre de sua mãe, da mancha do pecado original, em previsão dos méritos de Cristo, que nela se encarnaria e dela nasceria.
A festa, com ofício e missa próprios, foi concedida pelo Papa Leão XIII em 1892. Foi então o Papa São Pio X, através de Decreto de 13/11/1907 da Congregação para os Ritos (ver AAS, vol. XL, pág. 747), que estendeu-a para a Igreja universal.
No lugar de tudo o mais que gostaríamos de escrever sobre a Virgem Maria e sua aparição, queremos apenas recomendar a leitura da Encíclica Le Pèlerinage de Lourdes, do Papa Pio XII, de 02/07/1957, por ocasião da aproximação, na época, do primeiro centenário das aparições.
Deixamos aqui uma pequena passagem da Encíclica, que nos dá um pouco da essência da aparição e que soa atual:
Numa sociedade que não tem lá muita consciência dos males que a corroem, numa sociedade que vela as suas misérias e as suas injustiças sob aparências prósperas, brilhantes e descuidosas, a Virgem imaculada, por quem o pecado jamais roçara, manifesta-se à uma menina inocente. Com compaixão maternal percorre com o olhar este mundo redimido pelo sangue de seu Filho, onde, infelizmente, o pecado faz cada dia tantas devastações, e por três vezes lança o seu apelo premente: "Penitência, penitência, penitência!" Gestos expressivos são, mesmo, pedidos: "Ide beijar a terra em penitência pelos pecadores". E ao gesto há que juntar a súplica: "Rogareis a Deus pelos pecadores". Tal como no tempo de João Batista, tal como no início do ministério de Jesus, a mesma injunção, forte e rigorosa, dita aos homens a trilha da volta a Deus: "Arrependei-vos" (Mt 3, 2; 4, 17). E quem ousaria dizer que esse apelo à conversão do coração perdeu, nos nossos dias, a sua atualidade?
Viva a Virgem Imaculada!
Obs: para melhor entender o dogma da Imaculada Conceição, leiam-se as Constituições Apostólicas Ineffabilis Deus, do Beato Pio IX, e a Sollicitudo omnium ecclesiarum, de Alexandre VII, ambas presentes neste mesmo arquivo.
Por Luís Augusto - membro da ARS
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