Catena Áurea: Evangelho Do IV Domingo da Páscoa (Jo 10, 11-18)

Eu sou o bom pastor. O bom pastor expõe a sua vida pelas ovelhas.
O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge; o lobo rouba e dispersa as ovelhas.
O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.
Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim, como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai. Dou a minha vida pelas minhas ovelhas.
Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco. Preciso conduzi-las também, e ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor.
O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo e tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir. Tal é a ordem que recebi de meu Pai.
COMENTÁRIOS

Santo Agostinho, in Joanem tract 46 et 47.
O Senhor nos revela duas coisas que, em certo sentido, no-las havia proposto encobertas. Primeiro, nós soubemos que Ele próprio é a porta; agora, por estas palavras, ensina-nos que é pastor: “Eu sou o bom pastor”. Antes, havia dito que o pastor entrava pela porta (Jo 10, 2). Se, pois, Ele mesmo é a porta, como entra por si mesmo? Assim como Ele por si mesmo conhece o Pai e nós o conhecemos por Ele, da mesma maneira Ele entra no redil por si mesmo e nós aí entramos por Ele. Nós, porque pregamos a Cristo, entramos pela porta. Mas Cristo que prega a si próprio, porque sua pregação mostra Ele mesmo, mostra a luz e muitas outras coisas. Se aqueles que presidem a Igreja, os quais são seus filhos, são pastores, como é que não há mais que um só pastor mas todos são membros de um só pastor? Na verdade, Cristo concedeu a seus membros que fossem pastores; pois Pedro é pastor, os demais Apóstolos são pastores e os bons bispos também o são. Mas a prerrogativa de ser porta não concedeu a nenhum de nós; reservou-a para si somente. Não teria acrescentado à palavra pastor a qualidade de bom, se não houvesse maus pastores; estes são ladrões e salteadores ou, no mínimo, mercenários.

São Gregório, in Evang hom 14.
Ele nos diz o motivo pelo qual o pastor é bom, para que nós o imitemos. “O bom pastor dá sua vida pelas ovelhas”. Fez o que aconselhou e mostrou-nos o que mandou, dando sua vida pelas ovelhas, para fazer-nos de seu corpo e de seu sangue um sacramento e para poder saciar com o alimento de sua carne as ovelhas que resgatou. Pôs diante de nós o caminho do desprezo pela morte, o qual devemos seguir, e a forma divina a que nos devemos adaptar. A primeira coisa que devemos fazer é repartir generosamente nossos bens entre suas ovelhas e, a última coisa a dar, se for necessário, será a nossa vida por elas. Mas aquele que não dá seus bens pelas ovelhas como poderá dar a própria vida por elas?

Santo Agostinho, in Joanem tract 47.
Mas Cristo não foi o único que fez isto. Contudo, se todos aqueles que o fizeram são membros de seu redil, podemos considerar que Ele foi o único que o fez, pois Ele o pôde fazer sem eles, mas estes não o puderam fazer sem Ele.

Santo Agostinho, De verb dom. Serm 50.
Entretanto, os pastores foram bons, não somente porque derramaram seu sangue, mas porque o derramaram pelas ovelhas e não o fizeram por orgulho, mas por caridade. Já os hereges que padeceram algum sofrimento pelas suas iniqüidades jactam-se utilizando do nome do martírio, cobrindo-se com esta capa, para roubar mais facilmente, porque são lobos. Nem de todos aqueles que entregaram seus corpos ao martírio deve-se dizer que o fizeram pelas ovelhas e sim contra as ovelhas, pois diz o Apóstolo “Ainda que eu entregasse meu corpo par ser queimado e não tivesse a caridade, nada aproveitaria” (1 Cor 13,3). Como pode haver sequer um centelha de caridade naquele que, formando parte da comunhão cristã, não ama a unidade? Ao recomendar esta unidade, o Senhor não quis nomear muitos pastores, senão um só, dizendo: “Eu sou o bom Pastor”.

Crisóstomo, in Joanem hom 59.
O Senhor falava, ainda, de sua paixão, mostrando que havia vindo ao mundo pela salvação do homem e não contra a sua vontade. Depois, volta a indicar os sinais que distinguem o pastor do mercenário: “O mercenário, porém, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, quando vê que o lobo vem vindo, abandona as ovelhas e foge”.

São Gregório, ut supra.
Muitos há que, com razão, não merecem o nome de pastor, porque preferem a recompensa terrestre às ovelhas. Não pode chamar-se pastor, mas mercenário, aquele que apascenta as ovelhas do Senhor por causa de uma recompensa passageira e não por um amor íntimo. É mercenário aquele que ocupa o lugar do pastor, mas não busca o bem das almas, deseja com ânsia as comodidades da terra e se alegra com as honras da prelazia.

Santo Agostinho, De verb Dom. Serm 49.
[o mercenário] Procura outra coisa na Igreja que não a Deus; pois, se buscasse a Deus seria casto, porque o esposo da alma é Deus. Aquele que busca outra coisa em Deus que não seja Deus, não busca a Deus castamente.

São Gregório, ut supra.
Se é verdadeiro pastor ou mercenário não se pode conhecer se não é tempo de necessidade. Porque em tempo de tranqüilidade, tanto o pastor quanto o mercenário estão solícitos vigiando o rebanho; porém, quando vem o lobo, cada um revela com que espírito velava o rebanho.

Santo Agostinho, ut supra.
O lobo é o diabo e os que o seguem; porque foi dito que, vestidos com pele de cordeiro, são por dentro lobos rapaces (Mt 7, 15).

Santo Agostinho, in Joanem tract 46.
É aqui que o lobo colhe a ovelha pela garganta: o diabo induz a alma fiel ao adultério. Deves rechaçá-lo, mas rechaçado, será um inimigo. Armará insídias e fará tanto mal quanto puder. Se te calas, não o repreendes. Vistes vir o lobo e já fugiste. Permaneceste com o corpo, fugiste com o ânimo, porque a alma se move pelos sentimentos, alargando-se com a alegria, estreitando-se com a tristeza e fugindo pelo temor.

São Gregório, ut supra.
O lobo se joga também sobre as ovelhas quando um homem injusto e ladrão oprime aos fiéis e humildes; mas o que parecia pastor e não o era, abandona as ovelhas e foge, não se atrevendo a resistir à injustiça no momento em que vê o perigo. Foge, não mudando de lugar, mas deixando de prestar auxílio. O mercenário não presta seu auxílio em nenhum destes perigos e, enquanto busca suas comodidades exteriores, deixa que, pelo abandono, o rebanho sofra perdas interiores. “O mercenário, porém, foge, porque é mercenário e não se importa com as ovelhas.” Só há uma razão que o faz fugir: porque é mercenário. Como se dissesse: quando estão em perigo as ovelhas, não pode manter-se firme aquele que governa por ganância dos bens terrestres e não por amor a elas e que, portanto, treme se se expõe ao perigo de perder aquilo que ama.

Santo Agostinho, ut supra.
Se os Apóstolos foram pastores e não mercenários, como é que fugiram quando se viram perseguidos? Seguindo o conselho do Senhor: “Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra”(Mt 10, 23). Batemos, que não faltará quem abra.

Santo Agostinho, Ad Honoratum epist 180.
Fujam, pois, de cidade em cidade, todos os servos de Cristo, os ministros de sua palavra e de seu sacramento, quando algum deles, em particular, é procurado por seus perseguidores, a fim de que a Igreja não seja abandonada pelos que não são perseguidos do mesmo modo. Porém, quando o perigo é comum a todos, a bispos, a clérigos e a seculares, os que necessitam do auxílio de outros não sejam abandonados por aqueles de cujo auxílio necessitam, ou todos passem a locais mais seguros, ou aqueles que têm o dever de permanecer não sejam abandonados pelos ministros da Igreja. Então, ante a perseguição, os ministros de Cristo podem fugir dos lugares em que não deixaram povo que necessite do ministério, ou quando esse mesmo ministério, tão necessário, pode ser desempenhado por outros que não têm o mesmo motivo para fugir. Mas quando o povo permanece e os ministros fogem, esta não é uma fuga indesculpável de pastores mercenários que não têm cuidado algum das ovelhas?

Santo Agostinho, in Joanem tract 46.
Aos bons pastores, chama-se porta, porteiro, pastor e ovelhas; aos maus, ladrões, salteadores, mercenários, lobo.

Santo Agostinho, De verb Dom. Serm. 49.
Devemos amar ao pastor, precaver-nos do ladrão e tolerar ao mercenário. O mercenário é útil enquanto não vir o lobo, o ladrão ou o salteador; mas logo que o vê, foge.

Santo Agostinho, in Joanem tract 46.
Não se chamaria mercenário se não recebesse o pagamento daquele a quem serve. Os filhos esperam com paciência a herança do pai; o mercenário deseja com ânsia e pressa a retribuição temporal de seu trabalho. E, contudo, estes difamam a divina gloria de Cristo. Sua palavra é daninha, fazendo o mal, ao não predicar o bem. Colhei as uvas, fugi dos espinhos; porque às vezes o cacho que nasce da videira pende dos espinhos. Assim, muitos, ao buscar na Igreja bens temporais, pregam a Cristo e por eles se ouve a voz de Cristo e as ovelhas a seguem. Mas estas não seguem o mercenário, mas a voz do pastor que ouvem por meio do mercenário.

Crisóstomo, in Joanem hom 59.
Acima, o Senhor deu a conhecer dois tipos de maus senhores: um que rouba, mata e saqueia; outro que não impede o mal. O primeiro representa os sediciosos; o segundo se confunde com os mestres dos judeus, que não tinham zelo algum pelas ovelhas que lhes foram confiadas. Mas Cristo se distingue de ambos. Dos que vieram para causar danos, distingue-se por estas palavras: “Eu vim para que todos tenham vida”(Jo 10,10); Dos que não evitam a rapina dos lobos se diferencia dizendo “que dá sua vida por suas ovelhas”. E, como conclusão de tudo, acrescenta: “Eu sou o bom Pastor” (Jo 10,11). Mas, como já havia dito que as ovelhas ouvem a voz do pastor e o seguem, a fim de que ninguém pergunte “Que dizes, pois, daqueles que não crêem em ti?”, acrescenta: “Eu conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim”. Tal é o mesmo que disse São Paulo com estas palavras: “Deus não repeliu o seu povo, que ele de antemão distinguiu!” (Rm 11,2)

São Gregório, in Evang. Hom 14.
Como se dissesse claramente: Eu amo a minhas ovelhas e elas, obedecendo-me, amam-me, porque aquele que não ama a verdade, ainda não a conhece.

Teofilato.
Daqui se pode deduzir e conhecer a diferença entre o mercenário e o pastor, pois aquele não conhece as ovelhas porque as visita raras vezes, mas o pastor conhece suas ovelhas por causa da solicitude e cuidado que tem por elas.

Crisóstomo, ut supra.
De outra parte, para que não creias que o conhecimento de Cristo e o das ovelhas são iguais, o Evangelista acrescenta em seguida: “ como meu Pai me conhece e eu conheço o Pai,” como se dissesse: Conheço-o tão intimamente como Ele conhece a mim. Aqui há paridade de conhecimento; lá, não. E prossegue: “Eu dou minha vida por minhas ovelhas”.

São Gregório, ut supra.
Como se dissesse claramente: Esta é a prova de que conheço o Pai e de que sou conhecido por Ele, que dou minha vida por minhas ovelhas, isto é, essa mesma caridade com que morro por minhas ovelhas é um testemunho do amor com que amo o Pai.

Crisóstomo, ut supra.
Disse isso também para mostrar-nos que não é um impostor, porque também o Apóstolo quando quis provar contra os falsos apóstolos que ele era verdadeiro mestre, tirou argumento dos mesmos perigos e das mortes com que lhe haviam ameaçado.

Teofilato.
Os sedutores, com efeito, não expuseram sua vida pelas ovelhas mas, como mercenários, abandonaram aquelas que lhes seguiam. Mas o senhor, para que [seus seguidores] não fossem presos, disse “Deixai ir estes” (Jo 18,8).

São Gregório, ut supra.
Porque Ele havia vindo não somente para resgatar a Judéia, mas também os gentios, acrescenta: “Tenho ainda outras ovelhas que não são deste aprisco”.

Santo Agostinho, De verb Dom. serm. 50.
Dirigia-se ao primeiro rebanho, que era, pelo sangue, da raça de Israel, mas havia outros rebanhos que pertenciam, pela fé, a esse mesmo Israel. Estavam fora, disseminados em meio das nações; estavam predestinados, porém ainda não estavam congregados. Não são, pois, deste rebanho, porque não são pelo sangue do povo de Israel. Porém, mais tarde pertencerão a este redil: “Preciso conduzi-las também”.

Crisóstomo, ut supra.
Ele mostra que uns e outros estão dispersos e sem ter pastor: “e ouvirão a minha voz”. Por que vos admirais quando digo que estes me seguirão e ouvirão minha voz quando vedes que outros me seguem e a ouvem? Depois prediz a união futura de uns e de outros, dizendo: “E haverá um só rebanho e um só pastor”.

São Gregório, ut supra.
Ele fez de dois rebanhos um só redil, reunindo em sua fé o povo judeu ao gentio.

Teofilato.
Porque todos têm um só sinal, o batismo; um só pastor, o Verbo de Deus. Saibam os maniqueus que o Antigo e o Novo Testamento não têm mais que um só pastor e um só redil.

Santo Agostinho, in Joanem tract 47.
Que significam, pois, as palavras “Eu não fui enviado senão às ovelhas que pereceram da casa de Israel” (Mt 15,24), senão que manifestou sua presença corporal mais ao povo de Israel, não havendo ido Ele mesmo aos gentios, mas que a estes enviou outros?

Crisóstomo, ut supra.
Esta palavra “preciso” (v. 16) não foi posta aqui como sinal de fatalidade; expressa o que há de acontecer. Mas como eles diziam que Ele era diferente do Pai, acrescenta: “O Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar”.

[...]

Teofilato.
O Pai ama o Filho, não com um amor igual ao preço da morte que deve sofrer por nós, mas porque contempla neste Filho, gerado por Ele, sua própria natureza, em virtude da qual quis morrer por nós.

Crisóstomo, in Joanem hom 59.
É-vos uma palavra de condescendência, como que querendo dizer: ainda que não tivesse outro motivo, o que me levou a amar-vos é que vós de tal maneira sois amados por meu Pai, que Ele me amaria porque dou minha vida por vós. Contudo, não é certo que o Pai não o amasse antes, nem que nós sejamos a causa deste amor. Ele quer demonstrar que não subiu ao calvário contra sua vontade. Por isso acrescenta: “Ninguém a tira de mim, mas eu a dou de mim mesmo”.

Santo Agostinho De Trin. 3, 38.
Nisso demonstra que não foi nenhum pecado que o levou à morte, mas entregou a vida porque o quis, quando o quis e da maneira que o quis: “tenho o poder de a dar, como tenho o poder de a reassumir”.

Crisóstomo, ut supra.
Considerando que eles haviam confabulado muitas vezes para matá-lo, disse-lhes que, sem sua vontade, seus esforços seriam estéreis. Disse lhes: Eu tenho tal poder de livrar minha alma, que ninguém a pode tirar-me contra a vontade. Não há tal poder nos homens, porque nós não temos poder de expor nossa alma, senão matando-nos a nós mesmos; portanto, só o Senhor é que tem o poder de expô-la por si próprio. De tudo isso, podemos deduzir que Ele pode retomá-la quando quiser. É o que nos dá a entender por estas palavras: “tenho o poder de a reassumir”; demonstração indubitável da ressurreição. Todavia, para que ao vê-lo sucumbir não pensassem que seu Pai o havia abandonado, acrescenta: “Tal é a ordem que recebi de meu Pai”, isto é, de entregar a alma e reassumi-la. De onde não se pode deduzir que, primeiro, Ele tenha esperado ouvir esta ordem ou que tenha tido necessidade de aprendê-la, mas manifestou seu processo voluntário e destruiu toda suspeita de contrariedade ao Pai.

Teofilato.
Este preceito não disse outra coisa que não sua concórdia com o Pai.

Alcuino.
Não é pela palavra que a Palavra recebe este mandamento, mas todo mandamento está na Palavra unigênita do Pai. Quando se diz que o Filho recebe [do Pai] tudo o que tem de sua natureza, não se lhe diminui o poder mas se mostra sua geração. O Pai deu tudo a seu Filho, gerando-o, poque o Pai o gerou perfeito.

Teofilato.
Depois de haver falado coisas sublimes acerca de si mesmo, manifestando a supremacia que tem sobre a vida e a morte, desce às coisas humildes, unindo-as em admirável consórcio, a fim de que não se lhe considere menor ou inferior ao Pai, nem como seu adversário; mas participante de seu mesmo poder e de suas mesmas determinações.

Santo Agostinho in Joanem tract 47.
Pelo que nos diz de sua alma, previne-no contra os apolinaristas, que afirmam que Cristo não teve alma humana, isto é, racional. Examinemos, pois, como o Senhor dá sua alma. Cristo é, a uma só vez, Verbo e homem, isto é, Verbo, alma e carne. É, pois como Verbo que o Senhor entrega sua alma e volta a tomá-la? Ou é a carne que, como carne, dá a alma e a reassume? No primeiro caso, a alma teria estado separada por algum tempo do Verbo de Deus, porque a morte separara o corpo da alma; mas não digo que a alma estivesse separada do Verbo. Se dissermos que a própria alma se entregou, este sentido é muito absurdo, porque, se não estava separada do Verbo, como havia de separar-se de si mesma? Foi a carne que entregou sua alma e voltou a tomá-la, não por seu poder, mas pelo poder do Verbo que nela habitava.

Traduzido por Edilberto Alves – Membro da ARS

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