São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria e Patrono da Igreja Católica

Obsecramus pro Christo, reconciliamini Deo

Pax et bonum!

É a primeira vez, na Quaresma deste ano, que interrompemos a caminhada penitencial, no meio da semana, para comemorar uma Solenidade: é a Solenidade de São José, esposo da Bem-aventurada Virgem Maria.
Todavia, ouvir falar assim de São José é sempre o mais comum, sobretudo, sem dúvida, porque o pouco que dele se fala nos Santos Evangelhos relaciona-se à sua qualidade de esposo da Virgem Maria e de pai adotivo do Senhor Jesus Cristo. Infelizmente, sua humilde figura muitas vezes fica obscurecida diante do esplendor da Santíssima Virgem, mas é muito conveniente, hoje em dia, recordamos as glórias do Chefe da Sagrada Família.

Sisto IV, que quis que fosse inserida no Breviário e no Missal Romano a festa de São José; Gregório XV, que com o decreto de 08 de maio de 1612 prescreveu celebrar a festa com rito duplo de preceito em todo o mundo; Clemente X, que em 06 de dezembro de 1714 adornou a referida festa com missa e ofício inteiramente próprios; e finalmente Bento XIII, que com decreto publicado em 19 de dezembro de 1726 ordenou que fosse acrescentado o nome do santo Patriarca na Ladainha dos Santos.
O título de Patrono da Igreja surge ainda no séc. XV e ganha uma festa entre os carmelitas descalços no séc. XVI.
Pio IX estende esta festa do Patrocínio de São José para toda a Igreja, em 1847. Sua data fica fixada na quarta-feira da terceira semana da Páscoa.
Anos depois, em 1870, a pedido de bispos do mundo inteiro, Pio IX proclama São José Patrono da Igreja Universal, pouco antes do fim do Concílio Vaticano I, e dá à sua festa as características das festas dos patriarcas (ex: impondo-lhe o Credo).
Pio XII proclamou-o Padroeiro dos trabalhadores, inserindo a festa de São José Operário, no dia 1º de maio, no ano de 1955, e retirando a festa do Patrocínio. Todavia, o título de Patrono da Igreja Universal é acrescentado à Solenidade de 19 de março.
João XXIII, no começo de 1962, proclamou-o padroeiro do Concílio Vaticano II e, em novembro do mesmo ano, inseriu seu nome no Cânon Romano, atendendo a um pedido que já vinha pelo menos desde 1815.
Com a reforma do Calendário Romano Geral no pós-Concílio, o título "Patrono da Igreja Universal" foi removido, sendo renomeada a festa apenas para "Esposo da Bem-aventurada Virgem Maria".

Muito há que se falar de São José, tanto que, muitos não sabem, mas há um Movimento Josefino (Movimento Giuseppino) que se origina sobretudo na espiritualidade de São José Marello, um santo bispo do séc. XIX, grande devoto de São José, através de sua fundação: a Congregação dos Oblatos de São José. Há também a chamada Josefologia.
O interessante blog José de Nazaré traz-nos traduções dos principais documentos [recentes] da Igreja sobre São José:
- Decreto Quemadmodum Deus, de Pio IX
Proclamando São José como Patrono da Igreja
- Carta Apostólica Inclytum Patriarcham, de Pio IX
Concedendo as prerrogativas litúrgicas dos Patriarcas às festas de São José
Sobre a necessidade de se recorrer ao Patrocínio de São José, junto ao da Virgem Mãe de Deus, nas dificuldades dos tempos atuais.
- Encíclica Bonum sane, de Bento XV
No Cinqüentenário da Proclamação de São José como Patrono da Igreja Universal
- Carta Apostólica Le voce che da tutti, de João XXIII
Devoção a São José, Padroeiro do Concílio Vaticano II
- Exortação Apostólica Redemptoris Custos, de João Paulo II
Sobre a Figura e Missão de São José na Vida de Cristo e da Igreja


Peçamos ao bom Deus, pelos méritos de São José, a graça de uma autêntica compreensão do Concílio Vaticano II, inteiramente segundo a mens Ecclesiæ, na continuidade da Tradição, e o fim dos abusos de interpretação que se multiplicam há décadas por todo o orbe.
Que este nobilíssimo homem, esposo e pai, que é muito mais que um simples "bom José, que nesta vida só queria ser feliz com sua Maria", rogue por todos os homens, esposos e pais cristãos, a fim de que levem a bom termo seus deveres santamente.
São José, Patrono da Igreja Universal
Sancte Ioseph, ora pro nobis.


Obs: um ótimo estudo [em inglês] sobre o reconhecimento litúrgico e para-litúrgico de São José, do qual tirei algumas informações postas acima, está disponível em:
http://www.osjoseph.org/stjoseph/liturgy/index.php
Completíssimo.

Por Luís Augusto - membro da ARS

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