A Festa do Santíssimo Nome de Maria - 12 de setembro


Nós veneramos o nome de Maria porque ele pertence àquela que é a Mãe de Deus, a mais santa das criaturas, a Rainha do céu e da terra, a Mãe da Misericórdia. O objeto da festa é a Santa Virgem que traz o nome de Mirjam (Maria); a festa comemora todos os privilégios dados a Maria por Deus e todas as graças que temos recebido através de sua intercessão e mediação. Ela foi instituída em 1513 em Cuenca, na Espanha, e estabelecida para o dia 15 de setembro com Ofício próprio, o dia da oitava da Natividade de Maria. Depois da reforma do Breviário por São Pio V, por um Decreto de Sixto V (16 de janeiro de 1587), ela foi transferida para 17 de setembro. Em 1622 foi estendida para a Arquidiocese de Toledo por Gregório XV. Depois de 1625 a Congregação dos Ritos hesitou por um tempo antes de autorizar que se estendesse mais (cf. os sete decretos "Analecta Juris Pontificii", LVIII, decr. 716 sqq.). Mas era celebrada pelos trinitarianos espanhóis em 1640 (Ordo Hispan., 1640). Em 15 de novembro de 1658, a festa foi concedida ao Oratório do Cardeal Berulle sob o título: Solemnitas Gloriosae Virginis, dupl. cum. oct., em 17 de setembro. Trazendo o título original, "SS. Nominis B.M.V.", ela foi concedida a toda a Espanha e ao Reino de Nápoles em 26 de janeiro de 1671. Após o cerco de Viena e a gloriosa vitória de [João III] Sobieski [, rei da Polônia] sobre os Turcos (12 de setembro de 1683), a festa foi estendida para a Igreja universal por Inocêncio XI, e marcada para o Domingo depois da Natividade de Maria por um decreto de 25 de novembro de 1683 (duplex majus); foi concedida à Áustria como duplex II classis em 01 de agosto de 1654. Segundo um Decreto de 08 de julho de 1908, sempre que esta festa não puder ser celebrada no próprio domingo, por conta da ocorrência de alguma festa de maior grau, deve-se mantê-la em 12 de setembro, o dia em que a vitória de Sobieski é comemorada no Martirológio Romano. O Calendário das Irmãs da Adoração Perpétura, O.S.B., na França, do ano de 1827, possui a festa com um Ofício especial em 25 de setembro. A festa do Santíssimo Nome de Maria é a festa patronal dos Cônegos Regulares das Escolas Pios (padres escolápios) e da Sociedade de Maria (Maristas), em ambos os casos com um ofício próprio. In 1666 os Carmelitas Descalços receberam a faculdade de recitar o Ofício do Nome de Maria quatro vezes por ano (duplex). Em Roma uma das igrejas gêmeas no Fórum de Trajano é dedicada ao Nome de Maria. No Calendário Ambrosiano de Milão a festa está marcada para o dia 11 de setembro.

Fonte: Holweck, Frederick. "Feast of the Holy Name of Mary." The Catholic Encyclopedia. Vol. 10. New York: Robert Appleton Company, 1911. Disponível em:
http://www.newadvent.org/cathen/10673b.htm.

Apêndice

No período de reformas pós-conciliares a festa não foi colocada no Calendário Romano Geral em 1969, na publicação do novo Missal Romano. Assim, para os que celebram a Sagrada Liturgia utilizando a Forma Ordinária, a festa "desapareceu" por 33 anos até que a Santa Sé decidiu devolvê-la ao calendário na terceira edição típica do Missal Romano, em 2002. Todavia, nos países em que as traduções dos livros da terceira edição típica ainda não foram publicados, como no caso do Brasil, a memória facultativa não consta no Missal e permanece esquecida ou desconhecida para muitos.
É interessante como a Santíssima Virgem é honrada de forma especial no aniversário de duas batalhas entre cristãos e maometanos, nas quais saímos vencedores: 
07/10 - Nossa Senhora do Rosário - Batalha de Lepanto, 1571
12/09 - Santíssimo Nome de Maria - Batalha de Viena, 1683
Que a Bem-aventurada Sempre Virgem Maria, chamada por Pio XII de "vencedora de todas as grandes batalhas de Deus", abençoe a cristandade e toda a humanidade nestes tempos em que a paz é duramente ameaçada.
A festa/memória de hoje é ocasião de recordarmos que ao nome de Maria, como ao nome de Jesus, durante as celebrações litúrgicas, faz-se inclinação de cabeça (IGMR, III ed. típ., 275). 
Pela inclinação se manifesta a reverência e a honra que se atribuem às próprias pessoas ou aos seus símbolos. Há duas espécies de inclinação, ou seja, de cabeça e de corpo:
a) Faz-se inclinação de cabeça quando se nomeiam juntas as três Pessoas Divinas, ao nome de Jesus, da Virgem Maria e do Santo em cuja honra se celebra a Missa.
É uma prática exterior que deve ser motivada pelo interior reconhecimento da grandeza da Serva do Senhor.

Bendito seja o nome de Maria, virgem e mãe!

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