A Imaculada Conceição da Virgem Maria e a nossa fé

Salve Maria!

Caros irmãos, que alegria, no meio do Tempo do Advento, celebrar a primeira grande solenidade do Ano Litúrgico que aparece inscrita no Calendário Romano Geral, a saber, a Imaculada Conceição da Bem-aventurada Virgem Maria.

Dia de tanta grandeza que está assinalado, no Cân. 1246 §1, como um dos dias de festa que devem ser guardados, ou seja, "os fiéis têm a obrigação de participar da missa; além disso, devem abster-se das atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do Corpo" (Cân. 1247).

Aqui em Teresina-PI tivemos a antecipação do Feriado Civil para o dia 22 de maio passado. Todavia, nada disso altera a dignidade deste dia para o fiel e seu dever de guardá-lo, de santificá-lo.

Muitas pessoas lembram do dia de hoje pelo título de "Nossa Senhora da Conceição" e acabam ignorando o que isso mesmo quer dizer. Muitas mulheres foram batizadas como "Maria da Conceição" e sequer sabem o que honram com seus nomes.

Portanto, não queria me deter nos aspectos históricos e litúrgicos da Solenidade de hoje, mas no conteúdo da Fé. Como bem lembra o Bem-aventurado Pio IX, que definiu solenemente o dogma da Imaculada Conceição, a norma da fé é valorizada pela norma da oração, mas obviamente é esta que supõe aquela.

Tomemos o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. No n. 1 ele nos diz qual é o desígnio de Deus para o homem: criou-o para a bem-aventurança eterna. Todavia, o homem caiu no pecado e por isso Deus Pai enviou seu Filho como Redentor e Salvador do homem. Ele convoca o homem à Igreja e, por obra do Espírito Santo, torna-o filho adotivo de Deus e, enfim, herdeiro da bem-aventurança eterna.

Todo homem que nasce, desgraçadamente poderá vir a cometer pecados pessoais, mas porque antes disso já nasceu distante da santidade e da justiça originais. O homem nasce já na condição de privação  que chamamos de pecado original, um pecado contraído, não cometido. Disso trata o n. 76 do Compêndio.

Esta condição nos leva à ignorância, ao sofrimento, à morte, ao pecado, segundo o n. 77 do Compêndio.

Foi exatamente desta condição que a Virgem Maria foi preservada. De fato, diz o n. 86: "Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto significa que, pela graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do pecado original desde a sua concepção".

Celebramos, portanto, a exceção à "regra". E se este mistério nos mostra a grandeza desta serva, não nos devemos esquecer jamais que foi o Poderoso que fez nela maravilhas. Como dito acima, sua concepção imaculada foi operada "pela graça de Deus e em previsão dos méritos de Jesus Cristo". E o mesmo Pio IX, citando o consenso teológico, escreve que a Virgem Maria foi "remida de maneira mais sublime".

Esta é a nossa fé e é isto que celebramos. E tudo isto, quanto à Virgem Maria, para "honrar sempre mais nela seu Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo; pois todos estão convencidos de que toda a honra e glória que se rende à Mãe recai sobre seu Filho", como também ensina o grande Papa da Imaculada, na própria Bula Ineffabilis Deus.

Mais uma vez, e com muita admiração e alegria, "Salve Maria"!

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