Sobre o “Tempo da Paixão”

Após ter proposto os quarenta dias de Jesus no deserto para a meditação dos fiéis durante as quatro primeiras semanas da Quaresma, a Santa Igreja dá as duas semanas restantes antes da Páscoa [a partir da V semana da Quaresma] para a comemoração da Paixão. Ela não faria seus filhos chegarem ao grande dia da imolação do Cordeiro, sem tê-los preparado para isso pela compaixão por ele, nos sofrimentos que ele padeceu no lugar deles. (...)
Esta semana [a Semana Santa] foi tida em grande veneração já no séc. III, como aprendemos de São Dênis, bispo de Alexandria, que viveu neste tempo. No século seguinte, encontramos São João Crisóstomo, chamando-a de "grande semana": "Não", diz o santo doutor, "porque tenha mais dias que as outras semanas, ou porque seus dias tenham mais horas que os outros, mas nós a chamamos 'grande' por causa dos grandes mistérios que nela são celebrados". Encontramo-la ainda com outros nomes: "semana dolorosa" (...); "semana da indulgência" (...) e, ultimamente, "semana santa", em alusão à santidade dos mistérios que são comemorados durante estes sete dias. (...)
Outra característica dessas duas semanas (...) é o dar esmolas mais abundantes e o maior fervor na prática das obras de misericórdia. São João Crisóstomo assegura que esta era a prática de seu tempo (...): que eles (os fiéis) deveriam, numa certa medida leve, imitar a generosidade divina, que agora está derramando tão sem reservas as suas graças sobre os pecadores.

Fonte: Dom Guéranger, “O Ano Litúrgico”, “A história do Tempo da Paixão e da Semana Santa”

Por Luís Augusto - membro da ARS

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