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Mostrando postagens de novembro, 2010

Perguntas sobre o Advento

Pax et bonum! Fiz, rapidamente, um elenco de questões sobre o Advento. Espero que sejam proveitosas para muitos. Ainda tentarei atualizar a postagem com passagens da Sagrada Escritura, dos Padres da Igreja e da Liturgia para enriquecer as respostas. *** Por que Advento? Advento significa literalmente vinda ou chegada. Interessante como lembra oportunamente Epifania: chegada, manifestação, aparição. Sim, mas vinda ou chegada de quem? Vinda de Jesus Cristo. A primeira, quando de sua Encarnação, e a segunda, no fim dos tempos, cujo dia e hora não sabemos. Encarnação... quando ele nasceu da Virgem Maria, correto? Exatamente. Nós comemoramos o Natal de nosso Senhor Jesus Cristo em 25 de dezembro. Esta é a razão pela qual, nove meses antes, ou seja, a 25 de março, se comemora a Anunciação do Senhor, quando iniciou a gravidez de Nossa Senhora. Então ele nasceu mesmo em 25 de dezembro, não é? Não. Não se pode precisar bem o que motivou a escolha do dia, mas a festa pagã do nascimento

O Tempo do Advento

Caros filhos, eis chegado o tempo tão importante e solene que, conforme diz o Espírito Santo, é o momento favorável, o dia da salvação (cf. 2Cor 6,2), da paz e da reconciliação. É o tempo de que outrora os patriarcas e profetas tão ardentemente desejaram com seus anseios e suspiros; o tempo que o justo Simeão finalmente pôde ver cheio de alegria, tempo celebrado sempre com solenidade pela Igreja, e que também deve ser constantemente vivido com fervor, louvando e agradecendo ao Pai eterno pela misericórdia que nos revelou nesse mistério. Em seu imenso amor por nós, pecadores, o Pai enviou seu Filho único a fim de libertar-nos da tirania e do poder do demônio, convidar-nos para o céu, revelar-nos os mistérios do seu reino celeste, mostrar-nos a luz da verdade, ensinar-nos a honestidade dos costumes, comunicar-nos os germes das virtudes, enriquecer-nos com os tesouros da sua graça e, enfim, adornar-nos como seus filhos e herdeiros da vida eterna. Celebrando cada ano este mistério, a Igre

Capítulo VI traduzido (Liturgia - princípios fundamentais)

Pax et bonum! Terminei hoje (pela madrugada) a tradução do sexto capítulo de "Liturgia - princípios fundamentais", obra de D. Gaspard Lefebvre. Título: VI - O SANTO SACRIFÍCIO DA MISSA Este capítulo não apresenta subdivisões. Eis a razão da ausência de tópicos. Por Luís Augusto - membro da ARS

Uma reflexão sobre a Liturgia celebrada "ad orientem"

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Pax et bonum! Peço perdão a todos por não ter podido postar nada sobre o Consistório, nem sobre Cristo Rei, nem sobre a Vigília pela vida humana nascente (pedida pelo papa para este dia 27, sábado). Encontrei, porém, um texto muito interessante e recente (06/11/10) na internet, que mostra um pouco do panorama de apego a costumes, desconhecimento da tradição, benefício das práticas tão recomendadas no contexto de Reforma da Reforma e excesso de temor nos sacerdotes. O texto fala da primeira experiência de um padre quanto a celebrar voltado com o povo para a mesma direção. Traz um belo cume, mas termina de modo, diria, "infeliz". Não culpo o autor do desabafo (Pe. Richard Simon, Paróquia de Saint Lambert, Skokie - Illinois, EUA). Diria que se trata de um daqueles textos que nos interpelam (sobretudo os padres), pedindo de nós uma atitude concreta, que nos retire da estagnação. O Novo Movimento Litúrgico, sua necessidade e atitudes, é uma realidade tanto na base como no topo da

Melodias oficiais do Missal Romano de Portugal

Pax et bonum! Um caro irmão chamado Eder Cheloni partilhou [hoje] comigo, por email, um link com áudios de partes fixas do Ordo Missæ do Missal Romano usado em Portugal. Encontrei o mesmo link também postado no blog Liturgia em Foco . Recomendo a todos que têm parte no canto litúrgico. São melodias simples e que lembram melhor as melodias gregorianas. Notar-se-á certa diferença nalgumas partes do texto, mas diria que são perfeitamente adaptáveis aos textos usados no Brasil. Link: Site do Secretariado Nacional de Liturgia de Portugal Por Luís Augusto - membro da ARS

O Raptor de Almas

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São Josafá Pax et bonum! Passada já a conclusão da Assembleia Especial para o Oriente Médio, do Sínodo dos Bispos (10~24/10), celebramos hoje a memória de São Josafá. Tomemos o dia de hoje como um dia especial para implorar a Deus a unidade dos cristãos. Nasceu em Wolodymyr, na Volynia (Ucrânia), em 1580, de pais ortodoxos, e é recordado como símbolo de uma Rússia ferida pelas lutas entre ortodoxos e uniatas. A diocese de Polock se encontrava na Rutênia, região que da Rússia passou em parte para o domínio do Rei da Polônia, Sigismundo III. A fé dos Polacos era católica romana, na Rutênia, pelo contrário, como no resto da Rússia, os fiéis pertenciam à Igreja Greco-Ortodoxa. Tentou-se uma união da Igreja grega com a latina. Manter-se-iam os ritos e sacerdotes ortodoxos, mas se restabeleceria a comunhão com Roma. Esta Igreja, dita "uniata", encontrou a aprovação do Rei da Polônia e do Papa Clemente VIII. Todavia, os ortodoxos acusavam de traição os uniatas, que não eram bem

Vós sois santo e fonte de toda santidade!

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“Vere Sanctus es, Domine, fons omnis sanctitatis” Amados irmãos, as palavras acima são bem conhecidas de muitos. São as palavras da Oração Eucarística II, ditas pouco antes da consagração: “ Na verdade, Senhor, vós sois santo e fonte de toda santidade ”. Relaciono-as a uma passagem do II Livro de Macabeus, quando os sacerdotes judeus, depois da ameaça de Nicanor, de que destruiria o templo e erigiria um a Dioniso, deus do vinho e dos excessos na mitologia greco-romana, imploraram: “ Senhor do universo, vós, que bastais a vós mesmo, quisestes possuir entre nós um templo por habitação; ó fonte santa de toda santidade, conservai, pois, sempre livre de toda profanação esta casa que há pouco foi purificada ” (2Mc 14,35-36). A expressão usada no livro melhor seria traduzida por “ Santo, Senhor de toda santificação ”. Naquele tempo (pouco mais de um século antes de Cristo) costumes pagãos estavam adentrando sempre mais a cultura judaica e sempre havia o risco de o inimigo e opressor destruir

O Purgatório

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Pax et bonum! Aqui vai mais um artigo traduzido da Catholic Encyclopedia . Este deveria ter saído na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, mas não terminei a tradução no dia. Só pude concluí-la hoje, nas I Vésperas de Todos os Santos (no Brasil). Como foi feita com certa pressa, peço perdão por possíveis passagens erradas ou obscuras. Bom proveito! *** O PURGATÓRIO DOUTRINA CATÓLICA Purgatório (Lat., "purgare", limpar, purificar), de acordo com o ensinamento Católico, é um lugar ou condição de pena temporária para aqueles que, partindo desta vida na graça de Deus, não estão inteiramente livre das faltas veniais ou não cumpriram completamente a satisfação devida por suas transgressões. A fé da Igreja no que diz respeito ao purgatório é claramente expressa no Decreto de União composto no Concílio de Florença (Mansi, t. XXXI, col. 1031), e no decreto do Concílio de Trento (Sess. XXV) que definiu: " Já que a Igreja Católica, instruída pelo Espírito Santo, apoiada nas Sagra

Rezando pelos Fiéis Defuntos

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Pax et bonum! Hoje é Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos , que muitos chamam de Dia de Finados. Insisto no nome católico, nome litúrgico, porque é mais claro na sua finalidade. Literalmente significa que se faz memória de todos os cristãos que morreram na amizade com Deus (fiéis). Então não se reza pelos ateus, hereges e infiéis? Não. Não é esta a finalidade deste dia. Diria melhor que neste dia (02 de novembro) rezamos pelos membros vivos da Igreja que já passaram desta vida. Ora, se rezamos por estes, é porque apresentam alguma necessidade. Não são, pois, os que já estão na glória, já que lá não precisam de oração. E quem são os fiéis por quem rezamos depois de mortos e que não estão no céu? Resposta: as almas do purgatório . Para se entender bem a questão, temos que relembrar algumas verdades: - Constituição do homem em duas naturezas; - Realidade da morte; - Juízo particular; - Inferno, Purgatório e Céu; - Aqueles por quem rezamos. I. CONSTITUIÇÃO DO HOMEM EM DUAS NATUREZAS É si