E Deus disse: "Quero que sejas canonizado!" - 65 anos da morte de Pe. Reus

Pax et bonum!

Hoje comemoramos o 65º aniversário da morte do Servo de Deus Pe. João Baptista Reus, SJ, missionário jesuíta alemão, que passou mais da metade de sua vida no Brasil e que faleceu em grande fama de santidade nas terras gaúchas de São Leopoldo-RS.
Admirável exemplo de sacerdote, grande amante da Sagrada Liturgia, místico da Santa Missa, apaixonado pelo Sagrado Coração de Jesus, dois anos antes da morte Pe. Reus recebeu do céu a promessa, digamos, de sua própria canonização.
Deixemos que seu grande biógrafo, o Pe. Baumann, no-lo relate:
Outra graça inaudita estava reservada ao Pe. Reus. Graça estupefaciente e à primeira vista incrível. Mas também por ela tinha que agradecer cada dia, a partir de 1945. Referimo-nos à revelação que teve de sua futura glorificação na terra. Rara é, na Hagiografia, a revelação da predestinação eterna. Mais rara ainda a promessa da glorificação isenta de purgatório. Raríssimas são, todavia, os exemplos em que Deus anunciou a um seu Servo a futura glorificação na terra.
Ninguém melhor que o Pe. Reus nos poderia descrever as circunstâncias desta revelação. Ei-las, com data de 26 de agosto de 1945:
"Hoje ao me paramentar e encaminhar-me para o altar, vi a meu lado o Papa São Zeferino, cuja festa este dia celebramos. Não fiz caso. Ao Gloria, nas palavras: 'Suscipe deprecationem nostram' (aceitai os nossos rogos), surpreendeu-me o êxtase. Lado a lado com o Santo Papa, vi-me em presença da Santíssima Trindade e da querida Rainha da Companhia de Jesus, rodeada de uma legião de Santos Anjos. Nisso Nosso Senhor estendeu sobre mim sua mão e disse: 'Quero que sejas canonizado!' O Bom do Pai Celeste repetiu as mesmas palavras: 'Quero que sejas canonizado!' Da parte do amável Espírito Santo ressoaram as palavras, cujo eco me foi dado ouvir: 'Quero que sejas canonizado!' A carinhosa Mãe de Deus repetia o mesmo: 'Quero que sejas canonizado!' E os Santos Anjos em volta rejubilavam de alegria.
A mim, porém, esta revelação não trouxe nenhuma alegria. Prorrompi num rio de lágrimas e, reclinado sobre o altar, chorei, chorei largo tempo, chorei de vergonha, confusão e desamparo. Tive que aceitar tudo sem poder reagir.
Afinal pude continuar. As seguintes palavras vieram a propósito: 'Tu solus Sanctus, tu solus Dominus' (Só vós sois o Santo, só vós o Senhor). Ele opera o que lhe apraz e não pede o meu consentimento.
Após a Consagração, outra visão, na qual se repetiu a mesma cena. O Divino Salvador, o Pai Celeste, o Espírito Santo e Nossa Senhora declararam todos: 'Quero que sejas canonizado'. (...)
Estando já mais adiantada a Santa Missa, desapareceu o Santo Papa, ficando eu sozinho diante da Santíssima Trindade. Senti então primeiro, em volta de minha face, a luz da auréola de santidade, em seguida vi-me perante o trono de Deus revestido da auréola dos Santos.
Quando na hora da Comunhão segurava na mão a Santa Hóstia, depois do 'Domine, non sum dignus' (Senhor, eu não sou digno), entrei em êxtase e não pude prosseguir. Ouvi então uma vez mais, da boca do Menino Jesus, que eu tinha visivelmente diante de mim, a garantia: 'Quero que sejas canonizado'. Da legitimidade da visão não se pode duvidar. Deus me seja propício!" 
(BAUMANN, Pe. Fernando. Padre Reus - Grande Biografia, p. 208-209. São Leopoldo-RS. 1987.)

A Deus, que revelou ao seu Servo a sua vontade, louvor e glória hoje e sempre.
Que o exemplo deste grande religioso e sacerdote chegue a todo o Brasil. Quantos não o conhecem... Que o bom Deus atenda com generosidade as preces feitas pelos méritos de Pe. Reus. Que por sua intercessão Deus abençoe também todos os que amam com humildade a Sagrada Liturgia católica.
E é também pelos méritos deste santo que pedimos a Deus a santificação de nossos pastores e o dom de novos santos sacerdotes para a Igreja!

"Tenho para mim - e o escrevo também, porque o Sagrado Coração de Jesus o reclama - que minha vida só tem por finalidade mostrar o amor do Divino Amigo do Clero para com os sacerdotes e o lugar que lhes reserva em seu amorável Coração, esperando deles, em troca, sobretudo amor ardente que a tudo o mais supera" (Idem, p. 296).

Por Luís Augusto - membro da ARS

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