Os passos da reforma litúrgica pós-conciliar - A Instrução TRES ABHINC ANNOS

Pax et bonum!

Prosseguindo com nossa série de documentos da reforma litúrgica, e ainda no ano de 1967, chegamos a um segundo passo contendo várias mudanças na Santa Missa.
Esta Instrução situa-se menos de 4 anos depois da Constituição Conciliar sobre a Liturgia e menos de 3 anos depois da primeira Instrução para aplicação da reforma, a Inter Oecumenici.
Sendo assim, a Missa renovada tal como apareceu em 1965 não viria a durar 3 anos, pois mais um conjunto de mudanças acabava de aparecer. Provavelmente estas falaram mais alto que as primeiras, e de maneira mais próxima estariam a preparar para a, digamos, completa mudança que tomaria lugar com o Missal novo, em 1969/70. Dentre as mudanças destacam-se a diminuição dos beijos no altar, das genuflexões e dos sinais da cruz, bem como a permissão de rezar todo o Cânon em voz alta na Missa com o povo. Também é nesta Instrução que vemos as horas maiores (Laudes e Vésperas) podendo ser rezadas com apenas 3 dos 5 salmos e uma "brecha" para a prática extinção da cor negra dos paramentos litúrgicos.
A nova Instrução é mais breve, mas parece visualmente atingir mais das cerimônias. Dado o risco dos abusos, sobretudo pelo que já se constatou durante os anos de 65 e 66, a Instrução, ainda em seus primeiros parágrafos, recorda algo que chama de princípio capital da disciplina da Igreja: "Regular a sagrada Liturgia compete unicamente à autoridade da Igreja. Por isso, ninguém mais, mesmo que seja sacerdote, ouse, por sua iniciativa, acrescentar, suprimir ou mudar seja o que for em matéria litúrgica" (SC 22, §§ 1.3). Este princípio é pisoteado por todos os lados, da década de 60 até hoje, e apresenta a grande hipocrisia dos que se dizem defensores do Concílio e são, na verdade, seus traidores. A Instrução chega a recorrer ao dizer de São Paulo, ao falar sobre a necessidade de obediência e harmonia: "Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz" (1Cor 14,33).
Nossa tradução, possivelmente a única versão em português na web, encontra-se no Gloria.TV.

Por Luís Augusto - membro da ARS

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