Na zona norte de Teresina, uma boa iniciativa quanto à Liturgia das Horas
Pax et bonum!
Há pouco mais de um mês, um pequeno grupo de fiéis vem se reunindo na Matriz da Paróquia Santa Joana d'Arc, no bairro Mocambinho I, na zona norte de Teresina, para rezar as I Vésperas dominicais.
Louvamos a iniciativa e só desejamos que ela se aprofunde sempre mais na tradição litúrgica e dê muitos frutos de santidade naquela paróquia e em nossa Arquidiocese.
Segue um texto/relato de Bruno Costa (um dos dirigentes):
Como começou
- Alguns fiéis da paróquia já recitavam em privado o Ofício Divino. Esporadicamente, o pároco havia se reunido, ora com os seminaristas que aqui faziam pastoral, ora com os coroinhas, para a recitação de algumas das Horas. Em encontros vocacionais o pároco recitava também algumas das Horas com o participantes;
- No entanto, no final do ano passado, o Revmo. Pe. Raimundo Neto (na época Administrador Paroquial no Mocambinho e hoje administrador da Área Pastoral N. Sra. de Fátima - Conj. Santa Fé), diretor espiritual do grupo ORE (Orando em Resgate da Espiritualidade) recomendou que cada membro rezasse a Liturgia das Horas e rápido providenciou os exemplares da abreviada Oração das Horas. Uma integrante, vendo-me com meu Ofício, comentou este fato e sugeri que formássemos um grupo para recitar a Liturgia das Horas, até porque ela mesma comentou não saber muito bem como utilizar. Entrei em contato com outras pessoas da paróquia que sabia que rezavam o Ofício em particular. Esperamos os livros dos membros da ORE chegarem e no dia 29 de janeiro deste ano começamos.
Como está
- O movimento ficou muito misto. Pessoas de outros grupos começaram a participar. E a cada dia o Senhor nos ajuntava mais (Cf At 2, 47);
- Marcaram-me as palavras de uma senhora que participa da Pastoral da Melhor Idade (que também já rezava o Ofício em particular). Na primeira vez que ela participou, ao final perguntei a opinião dela, ao que ela me respondeu de maneira muito simples: “Encontrei-me”;
- Sim, de fato, uma Liturgia autenticamente Romana nos faz dizer isso: “Encontrei-me”, “Encontrei-me com o Senhor”.
Metas/Intenções
- A nossa santificação pessoal em comunhão com todo o Corpo Místico de Cristo, em união com sua Cabeça, e a glória de Deus por uma renovação da Face da Terra através da oração, tendo nos lábios as palavras com que a Igreja reza quando “ao mesmo tempo antegoza daquele louvor celeste descrito pelo Apocalipse e que ressoa ininterruptamente diante do trono de Deus e do Cordeiro (IGLH 16);
- Como os membros dirigentes têm o coração inebriado do espírito carmelitano descalço, aproveitamos para oferecer à nossa paróquia esta rica espiritualidade da Igreja, fonte de santificação de inúmeros cristãos que desta fonte beberam e bebem. Levando os participantes à experiência da oração que é “tratar de amizade com Aquele que sabemos que nos ama” (Santa Madre Teresa de Jesus), salvando, dessa forma, almas, a começar por nós, por nossa conversão pessoal contínua, “como Esposa que fala ao Esposo” (SC 84);
- O rito carmelitano presente através da cerimônia da Salve Regina e do Asperges é um início.
- Queremos, apesar de nossa fraqueza, ser uma parcela do povo “que está diante do trono de Deus, que louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo, participando na imensa honra da Esposa de Cristo” (SC 84-85);
- Ser um gérmen de Liturgia Romana em meio ao “secularismo litúrgico” em que nossa Igreja tem sido colocada;
- Proporcionar aos fiéis paroquianos a experiência da universalidade da Igreja a nível local;
- Utilizar os tesouros litúrgicos da Tradição da Igreja bem como buscar uma correta aplicação da Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium no que diz respeito, neste caso, ao Ofício Divino.
Local
- Na Capela do Santíssimo Sacramento da Igreja Matriz de Santa Joana d’Arc, no bairro Mocambinho I.
Data e Horário
- Todo sábado às 18h.
Latim
- Reconhecemos o latim como próprio da Liturgia Romana. Ademais, a própria Constituição Conciliar Sacrosanctum Concilium nos diz que “deve conservar-se o uso do latim nos ritos latinos” (36, §1) e ainda que “conforme a tradição secular do rito latino, a língua a usar no Ofício divino é o latim” (101, §1);
- As orações que, no momento, recitamos ou cantamos em latim são da parte fixa (versículo introdutório, Cântico Evangélico, Pai-Nosso, bênção), portanto conhecidas por todos;
- No início tivemos cuidadosa atenção para a preocupação do Sagrado Concílio para que “todos os fiéis cheguem àquela plena, consciente e ativa participação nas celebrações litúrgicas que a própria natureza da Liturgia exige” (SC 14), por isso a introdução do latim deu-se de forma gradual, primeiro com Salve Regina e Asperges e só depois no próprio Ofício Divino;
- A maioria dos membros possui a versão Oração das Horas. Quando recitamos em latim usamos um material à parte produzido para este fim com a versão em latim publicada pela Igreja, como é o caso das partes anteriormente citadas.
Canto Gregoriano
- A mesma Constituição nos interpela, afirmando que “é bom que se cante o Ofício Divino” (SC 99);
- “A Igreja reconhece como canto próprio da liturgia romana o canto gregoriano; terá este, por isso, na ação litúrgica, em igualdade de circunstâncias, o primeiro lugar” (SC 116). Na medida do possível, esforçamo-nos para fazer-se cumprir esta prescrição da Constituição. Apesar de não termos uma Schola Cantorum, nem cantores e tecladistas oficiais, arriscamo-nos a cantar e tocar o Ofício com melodias gregorianas. Utilizamos como fonte de consulta o volume Liturgia das Horas – Música, publicado pelas editoras católicas;
- Não temos órgão de tubos, nem harmônio, mas o tecladinho de quatro oitavas tem nos ajudado a fazer, não o melhor que Nosso Senhor merece, mas o que podemos.
Por Luís Augusto - membro da ARS
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