O Servo de Deus Pe. Reus e o "Prisioneiro do Sacrário"

Pax et bonum!

Aproveitando ainda o esplendor da Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de nosso Senhor Jesus Cristo, que ainda deve estar vivo na memória dos que participaram da Missa e da procissão, em quaisquer paróquias e dioceses, segue um pequeno trecho da vida do Servo de Deus Pe. Reus, onde se apontam alguns de seus exercícios de amor para com o Senhor Jesus no Santíssimo Sacramento.
O amor a Jesus Eucarístico do Pe. Reus teve desenvolvimento admirável. Ao tempo de sua juventude, a Comunhão frequente era bem rara. Apesar disso, desabrochou o amor à Eucaristia em João Batista Reus, na devota capelinha do Seminário Diocesano de Bamberg. O Rei do tabernáculo atraía-o. Batista consumira horas perante o sacrário.
Já feito sacerdote, esse amor aumentou notavelmente. Pois todos os dias contemplava o Cordeiro Imaculado sobre a ara do altar. E o Padre, por vocação, é guarda do tabernáculo. Como coadjutor de Neuhaus experimentou em si os extraordinários efeitos desse amor. A meditação diária, as visitas ao Santíssimo Sacramento fomentavam-lhe o amor ao Prisioneiro do Sacrário. (...)
Jesus o tratava com liberalidade verdadeiramente divina.
O Pe. Reus, porém, sabia ser reconhecido. Correspondia generosamente aos favores.
Fazia demorada ação de graças depois da Missa. Era o momento em que Jesus queria dispor inteiramente de sua alma. Durante o dia, o discípulo ia frequentemente à capela saudar ao Mestre. Ante o Santíssimo recitava todo o breviário e três terços. Quase cada hora fazia uma visita. E o primeiro assomo após uma graça recebida era prostrar-se aos pés do Prisioneiro Eucarístico para lhe agradecer de coração.
Nessas visitas, o seu coração comumente exalava eflúvios de amor, de espiritual embriaguez (...). Enquanto aí permanecia de joelhos, rompiam seguidamente raios de luz do tabernáculo, chamas de fogo, setas de amor que lhe feriam o coração. (...)
Ainda outro exercício nos prova o acendrado amor do Pe. Reus a Jesus Eucarístico: a adoração noturna, que fazia uma vez por semana, por via de regra. Outrora tentava fazê-la mais seguidamente. Constatou, porém, que o fatigava em demasia. Já em Neuhaus, (...) era essa uma de suas devoções prediletas.
Depois que a comunidade se tinha recolhido, portanto, às 21h30, ia à capela demorando-se aí até meia-noite. Ajoelhava-se no chão ou se prostrava humildemente com a face em terra e nessa posição ficava todo o tempo. Só mais tarde, quando um inchaço no joelho ou a saúde debilitada lhe impedia essa posição, ficava de pé. Não se ajoelhava no banco, nem muito menos se sentava. Pois aquilo devia ser um verdadeiro sacrifício, uma mortificação, uma participação da agonia de Jesus no Jardim das Oliveiras.
Entrando em anos, teve que restringir a adoração a uma hora.
KOHLER, Leo. Vida do P. João Baptista Reus da Companhia de Jesus. 5a edição. Porto Alegre: Edições Paulinas, 1956. P. 135 a 138.

Que seu exemplo anime os sacerdotes dos dias de hoje, para que não se esqueçam das palavras do Diretório para o ministério e a vida dos presbíteros (em sua edição mais nova), n. 68:

"A centralidade da Eucaristia deverá mostrar-se não só mediante a celebração digna e vivida do Sacrifício, mas também mediante a adoração frequente do Sacramento, de maneira que o presbítero se apresente como modelo do rebanho também na atenção devota e na meditação assídua feita na presença do Senhor no sacrário. É desejável que os presbíteros encarregados da direção de comunidades dediquem largos espaços de tempo à adoração comunitária – por exemplo, todas as quintas-feiras, os dias de oração pelas vocações, etc. – e reservem ao Santíssimo Sacramento do altar, mesmo fora da missa, atenções e honras superiores a qualquer outro rito e gesto. «A fé e o amor à Eucaristia não podem permitir que a presença de Cristo no Tabernáculo permaneça solitária». Impulsionados pelo exemplo de fé dos pastores, os fiéis procurarão ocasiões ao longo da semana para dirigir-se à Igreja e adorar nosso Senhor, presente no Sacrário.
Momento privilegiado da adoração eucarística pode ser a celebração da Liturgia das Horas, a qual constitui, durante o dia, o verdadeiro prolongamento do sacrifício de louvor e de ação de graças que têm na Eucaristia o centro e a fonte sacramental".


Por Luís Augusto - membro da ARS

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