Natureza e sentido da coroação da imagem da Virgem Maria
Pax et bonum!
Salve Maria!
Salve Maria!
Nestes últimos dois dias do mês de maio, dedicado tão carinhosamente à devoção filial para com a Santíssima Virgem Maria, gostaríamos de partilhar um link para o Ritual de Coroação de Imagem da Bem-aventurada Virgem Maria (em pdf).
Trata-se aqui do rito de coroação de uma imagem célebre, a quem o povo já acorre com bastante confiança.
É conveniente que esta coroação seja feita por um bispo. Daqui se entende, como afirma o autor da Apresentação, D. Clemente Isnard, OSB, que não se trata de um rito para as coroações populares no fim do mês de maio. Todavia, a explicação do rito, as rubricas, a estrutura e mesmo parte das orações podem servir de inspiração.
Da explicação do rito, temos uma breve e interessante catequese:
Natureza e sentido da coroação da imagem da Virgem Maria
O costume de representar Nossa Senhora coroada com diadema real foi-se propagando desde os tempos do Concílio de Éfeso, tanto no Oriente como no Ocidente. Os artistas cristãos frequentemente pintavam a gloriosa Mãe do Senhor assentada em trono real, ornada de insígnias régias e rodeada de uma corte numerosa de anjos e santos. Nessas imagens por vezes aparece o divino Redentor cingindo a Mãe com coroa refulgente.
(...)
[Pelo rito de coração de uma imagem de Nossa Senhora,] a Igreja proclama que com razão se deve considerar e invocar a Virgem Maria como Rainha, pois ela é:
- Mãe do Filho de Deus e do Rei Messias: de fato Maria é Mãe de Cristo, do Verbo encarnado, no qual foi criado "tudo o que existe no céu e na terra, o visível e o invisível, Tronos, Dominações e Potestades", Mãe do Filho de Davi, do qual o anjo profetizou: "Será grande e será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai, e reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e seu reino não terá fim"; por isso Isabel, cheia do Espírito Santo, saudou Maria, grávida de Cristo, como "Mãe do Senhor".
- Companheira santa do Redentor: a Virgem Maria, nova Eva, por desígnio eterno de Deus, teve parte eminente na obra da salvação, pela qual Cristo Jesus, novo Adão, nos remiu e adquiriu, não com ouro ou prata corruptível, mas com o próprio sangue e fez de nós um reino para o nosso Deus.
- Discípula perfeita de Cristo: a Virgem de Nazaré, consentindo no projeto divino, progredindo na peregrinação da fé, ouvindo e guardando a Palavra de Deus, e conservando fielmente a união com o Filho até à cruz, mereceu de maneira superior "a coroa da justiça", "a coroa da vida", "a coroa da glória", prometida aos fiéis discípulos de Cristo; portanto, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celeste. E, para que mais plenamente estivesse conforme a seu Filho, Senhor dos senhores (cf. Ap 19,16) e vencedor do pecado e da morte, foi exaltada pelo Senhor como "Rainha do Universo".
- Membro supereminente da Igreja: a Serva do Senhor, que se tornou a perfeição final do velho Israel e o santo começo do novo Povo de Deus, é "a porção máxima, a porção ótima, a porção principal, a porção distintíssima da Igreja"; bendita entre as mulheres, pelo singular encargo, que lhe foi confiado para com Cristo e todos os membros do seu corpo místico, é também pela abundância de virtudes e plenitude de graça que ela se eleva sobre a raça eleita, sacerdócio real, gente santa que é a Igreja. Pois a glória da Santíssima Virgem, filha de Adão, irmã dos homens, não só honra o povo de Deus, mas ainda enobrece todo o gênero humano.
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