Ofício Divino - Liturgia das Horas: vamos rezar?
Viva Cristo Rei!
Anteontem The New Liturgical Movement (NLM) postou uma citação do Santo Padre, da última audiência (16/11). De fato, foi com essas palavras (tradução livre minha do italiano) que ele concluiu a Audiência, antes das saudações:
Caros amigos, nestas últimas Catequeses tenho desejado apresentar-vos alguns Salmos, preciosas orações que encontramos na Bíblia e que refletem as várias situações da vida e os vários estados de ânimo que podemos ter diante de Deus. Queria agora renovar a todos o convite de rezar com os Salmos, e de acostumar-se com o uso da Liturgia das Horas da Igreja: as Laudes pela manhã, as Vésperas ao anoitecer, as Completas antes de dormir. Nosso relacionamento com Deus só se enriquecerá no caminho cotidiano rumo a Ele e se realizará com maior alegria e confiança. Obrigado.
Assim como Shawn Tribe (do NLM), alegro-me com as palavras do Santo Padre.
De fato, no Folheto Litúrgico Dies Domini, da Paróquia do Amparo (Teresina-PI), tratei da Liturgia das Horas no dia 18/09, citando a Exortação Apostólica Verbum Domini, e no domingo passado (13/11), transcrevendo o os nn. 1 e 2 da Instrução Geral da Liturgia das Horas (IGLH), que segue mais abaixo.
O Concílio Vaticano II, na Constituição sobre a Sagrada Liturgia (nn. 83-85), assim falou:
Jesus Cristo, sumo sacerdote da nova e eterna Aliança, ao assumir a natureza humana, trouxe a este exílio da terra aquele hino que se canta por toda a eternidade na celeste mansão. Ele une a si toda a humanidade e associa-a a este cântico divino de louvor.
Continua esse múnus sacerdotal por intermédio da sua Igreja, que louva o Senhor sem cessar e intercede pela salvação de todo o mundo, não só com a celebração da Eucaristia, mas de vários outros modos, especialmente pela recitação do Ofício divino.
O Ofício divino, segundo a antiga tradição cristã, destina-se a consagrar, pelo louvor a Deus, o curso diurno e noturno do tempo. E quando são os sacerdotes a cantar esse admirável cântico de louvor, ou outros para tal deputados pela Igreja, ou os fiéis quando rezam juntamente com o sacerdote segundo as formas aprovadas, então é verdadeiramente a voz da Esposa que fala com o Esposo ou, melhor, a oração que Cristo, unido ao seu Corpo, eleva ao Pai.
Todos os que rezam assim, cumprem, por um lado, a obrigação própria da Igreja, e, por outro, participam na imensa honra da Esposa de Cristo, porque estão em nome da Igreja diante do trono de Deus, a louvar o Senhor.
Atualmente há as seguintes opções para a Forma Ordinária no Brasil:
- Liturgia das Horas, em quatro volumes completos (média de R$ 115 por volume);
- Oração das Horas, volume único sem Ofício das Leituras e Horas menores (aprox. R$ 90);
- Liturgia Diária das Horas, livretos mensais com Laudes, Vésperas e Completas (assinatura anual por aprox. R$ 80, aprox. R$ 7 cada livreto mensal).
(Elas são facilmente encontradas nas livrarias católicas de Teresina, como Paulinas, São Paulo, Nova Aliança, Pietà e Jesus Vive.)
Pode-se encontrar versões online, incluindo da Forma Extraordinária, na coluna Oremus, na barra lateral (direita do blog).
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A oração pública e comunitária do povo de Deus é com razão considerada uma das principais funções da Igreja. Daí que, logo no princípio, os batizados “eram assíduos ao ensino dos Apóstolos, à união fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2,42). Da oração unânime da comunidade cristã nos dão repetidos testemunhos os Atos dos Apóstolos.
Que também os fiéis se costumavam entregar à oração individual em determinadas horas do dia, provam-no igualmente os documentos da primitiva Igreja. Depois foi-se introduzindo muito cedo, aqui e além, o costume de consagrar à oração comunitária alguns tempos especiais, por exemplo, a última hora do dia, ao entardecer, no momento em que se acendiam as luzes, e a primeira hora da manhã, quando, ao despontar o astro do dia, a noite chega ao seu termo.
Com o decorrer dos tempos, foram-se ainda santificando pela oração comunitária outras horas, que os Padres viam insinuadas na leitura dos Atos dos Apóstolos. Assim, os Atos falam-nos dos discípulos reunidos [para a oração] à terceira hora [=9h]; o Príncipe dos Apóstolos “sobe ao terraço da casa para orar, por volta da sexta hora [=12h]” (10,9); “Pedro ... e João sobem ao templo, para a oração da hora nona [=15h]” (3,1); “a meio da noite, Paulo e Silas, em oração, entoavam louvores a Deus” (16, 25).
Estas orações, feitas em comunidade, foram-se progressivamente organizando, até que vieram a constituir um ciclo horário bem definido. Esta Liturgia das Horas, ou Ofício Divino, embora enriquecida de leituras, é antes de mais oração de louvor e de súplica: oração da Igreja, com Cristo e a Cristo.
Instrução Geral sobre a Liturgia das Horas, 1-2
Por Luís Augusto - membro da ARS
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