Ascensão do Senhor

Pax et bonum!
O Senhor subiu ao céu, aleluia!
Pintura do séc. XV
Na quinta-feira passada, 40º dia após a Páscoa, celebrou-se no calendário universal a Solenidade da Ascensão do Senhor.
Em alguns países, por motivos pastorais, decidiu-se colocar esta celebração no domingo seguinte, isto é, hoje, como é o caso aqui no Brasil.
Segue a tradução do breve artigo da Catholic Encyclopedia sobre a Solenidade.

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No quadragésimo dia após o Domingo de Páscoa, comemora-se a Ascensão de Cristo ao céu, de acordo com Mc 16,19, Lc 24,51 e At 1,2.
Na Igreja Oriental esta festa é conhecida como analepsis, acesso, entrada, e também como episozomene, a salvação, denotando que pela ascensão até sua glória Cristo completou a obra de nossa redenção. O termo usado no Ocidente, ascensio e, ocasionalmente, ascensa, significa que Cristou se elevou por seu próprio poder. A tradição designa o Monte das Oliveiras, próximo de Betânia, como o lugar de onde Cristo deixou a terra. A festa cai numa quinta-feira. É uma das festas ecumênicas ao lado das comemorações da Paixão, da Pásca e de Pentecostes, dentre as mais solenes no calendário, tem uma vigília [que permanece na Forma Extraordinária do Rito Romano] e, desde o séc. XV, uma oitava, que foi separada para uma Novena em preparação para Pentecostes, segundo as diretrizes de Leão XIII.

História
A observância desta festa é de grande antiquidade. Embora não haja documentação escrita sobre ela anterior ao séc. V, Santo Agostinho diz que ela é de origem apostólica, e fala sobre ela de modo que demonstra que se trata de uma observância universal na Igreja há muito tempo antes dele. Menção frequente dela é feita nos escritos de São João Crisóstomo, São Gregório de Nissa e na Constituição Apostólica. A Peregrinação de Etéria fala da vigília desta festa e da própria festa, sendo que ela acontecia na igreja construída sobre a gruta em Belém, onde Cristo nasceu (Duchesne, Christian Worship, 491-515). Pode ser que antes do séc. V o fato narrado nos Evangelhos tenha sido comemorado juntamente com a festa da Páscoa ou de Pentecostes. Alguns acreditam que o muito debatido 43º decreto do Concílio de Elvira (ano 300) condenando a prática de se observar uma festa no 40º dia depois da Páscoa e negligenciando manter-se Pentecostes no 50º dia, implica que o uso daquele tempo era comemorar a Ascensão junto com Pentecostes. Representações do mistérios [da Ascensão] são encontradas em dípticos e afrescos datados do séc. V.

Costumes
Certos costumes estavam ligados à liturgia desta festa, tais como a bênção de feijões e de uvas depois do memento dos defuntos no Cânon da Missa, a bênção dos primeiros frutos, passada depois para as Rogações, a bênção de uma vela, o uso de mitras pelo diácono e o subdiácono, a extinção do círio pascal, e procissões triunfantes com tochas e estandartes fora das igrejas para comemorar a entrada de Cristo no Céu. Pe. Daniel Rock recorda o costume inglês de levar adiante na procissão um estandarte com o desenho de um leão sobre um dragão, para simbolizar o triunfo de Cristo sobre o maligno em sua ascensão. 

Em algumas igrejas a cena da Ascensão é vividamente reproduzida pela elevação de uma figura de Cristo sobre o altar através de uma abertura no teto da igreja. Em outras, enquanto se fazia subir uma figura de Cristo, fazia-se descer uma figura do demônio.
Na liturgia, geralmente este dia celebra a conclusão da obra de nossa salvação, o penhor de nossa glorificação com Cristo, e sua entrada no Céu com nosso natureza humana glorificada.

Fonte: Wynne, John. "Feast of the Ascension." The Catholic Encyclopedia. Vol. 1. New York: Robert Appleton Company, 1907. Disponível em http://www.newadvent.org/cathen/01767b.htm.

Tradução por Luís Augusto - membro da ARS

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