Entrevista com um padre renovado pela Forma Extraordinária

Pax et bonum!

Continuando uma das últimas postagens sobre o sacerdote estadunidense - Pe. Jeffery Fasching da Diocese de Springfield-Cape Girardeau, o mesmo blog de que tirei seu testemunho, o The Catholic Knight, também apresenta uma entrevista, ambos de maio de 2010, que agora vai também traduzida.
Esperemos que seu testemunho e sua entrevista sejam proveitosas para os presbíteros que são leitores de nosso blog.

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TCK: Pe. Fasching, primeiramente quero agradecê-lo por seu serviço à Igreja e por me conceder esta entrevista. É um prazer e uma honra partilhar este tempo com o senhor. 
Pe. Fasching: Sinta-se à vontade com a entrevista. É um prazer meu ter a oportunidade de responder a algumas questões sobre o Santo Sacrifício da Missa. Estou verdadeiramente sensibilizado pelo interesse de vocês no ministério que Deus me confiou.

TCK: Naquele artigo, o senhor indicou uma renovação geral no modo de ver a liturgia e a Eucaristia através do aprendizado da Missa latina tradicional, também conhecida como Missa "Tridentina", Missa na Forma Extraordinária e Usus Antiquior (ou "uso mais antigo") da Missa. O senhor gostaria de desenvolver um pouco mais este ponto?
Pe. Fasching: No meu artigo anterior, eu disse que experimentei algo como uma "renovação espiritual" no modo de ver a Liturgia e a Eucaristia, desde quando me tornei familiarizado com a Missa Latina Tradicional. Até pouco menos de um ano, tudo que eu conhecia nos meus 15 anos de ordenado era a Missa segundo o Novus Ordo. Quando um irmão padre e alguns amigos introduziram-me ao Summorum Pontificum no outono de 2009, sobreveio-me um entusiasmo que há tempos não sentia. Parte deste entusiasmo devia-se à minha experiência prévia com tantos padres tomando liberdades desnecessárias com a liturgia. Por exemplo, uma vez, numa turma de Iniciação Cristã para Adultos, um padre pediu-me para celebrar o Santo Sacrifício da Missa, enquanto simultaneamente pausava para explicar as várias partes da Missa para a turma! Isto é prática comum de vários sacerdotes. Não creio que me seja necessário explicar aqui por que isto é inapropriado. A questão é que o Summorum Pontificum esclareceu-me que o desejo do Santo Padre é restaurar o sentido do sagrado na Liturgia, que tem sido tristemente perdido nas últimas décadas: "Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós... Faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar".
Eu também estava assustado porque percebi que tantos padres santos no transcorrer das gerações ofereceram o Santo Sacrifício com a Missa Latina Tradicional, usando exatamente os mesmos gestos e palavras que eu mesmo estava prestes a conhecer. Ao passo em que comecei a aprender a Missa Latina Tradicional, eu imediatamente experimentei um laço estreito com meu santo favorito, João Maria Vianney. O nosso Santo Padre não somente estava encorajando os padres a aprenderem a Missa Latina Tradicinal, mas também proclamando João Vianney como patrono de todos os sacerdotes! Deus escolheu manifestar a dignidade e a essência do sacerdócio de Jesus Cristo neste humilde padre. São João Maria Vianney exemplifica o que todo sacerdote, seja diocesano ou religioso, deveria lutar por e aspirar ser. Desde que eu estou tantas vezes aquém deste ideal, pensei que pelo menos uma coisa eu poderia fazer exatamente da mesma forma que meu santo favorito fazia!
Soube que outros santos dos tempos modernos, como Padre Pio e José Maria Escrivá, permaneceram celebrando a Missa antiga. Havia certamente uma razão para isto. Ao contrário do que alguns vêem como uma imagem desfigurada do sacerdócio hoje, o sacerdócio de Jesus Cristo permanece atemporal e magnífico em sua essência. Neste nosso tempo, o sacerdócio sofre uma grande necessidade de reforma e renovação. O Summorum Pontificum é uma grande parte da resposta em prol desta renovação, pois ajuda a restaurar a unidade à nossa Lex orandi (a Lei da oração).
Aprender a Missa Latina Tradicional também enriqueceu minha vida de oração pessoal. Por exemplo, cada dia para mim começa com pelo menos uma hora de adoração Eucarística (rezando diante do Santíssimo Sacramento exposto). Quando ofereço o Santo Sacrifício da Missa na Forma Extraordinária, tal como rezo diante do Senhor, eu experimento um laço quase indescritível com a Tradição da Santa Mãe Igreja. Acredito que este laço vem de quando percebo que consagrarei a Eucaristia seguindo as mesmas e exatas rubricas que tantos santos, muito mais santamente que eu, seguiram antes de mim. Sinto uma inequívoca unidade com a Igreja Triunfante através da Liturgia e da Eucaristia.

TCK: Alguns leitores do blog TCK têm pedido esclarecimento sobre sua visão acerca do Novus Ordo (novo ordinário) ou Forma Ordinária da Missa. Eles querem saber se o senhor vê a Forma Ordinária, quando celebrada adequadamente, como de alguma forma deficiente ou incapaz de transmitir algumas graças como a Forma Extraordinária. Como o senhor lhes responderia?
Pe. Fasching: Aprecio o interesse de vários de seus leitores no que diz respeito a esta noção de que a Missa do Novus Ordo seja, de alguma forma, deficiente quando se trata de transmitir graças quando comparada com a Missa Latina Tradicional. Eu não acredito nisso de forma alguma! Estamos falando de duas formas exatamente do mesmo rito. Vamos revisar o ensinamento da Igreja neste assunto, que data do séc. IV.
Quando um sacramento é celebrado de acordo com as normas da Igreja e com fé, a Igreja crê que ele confere a graça que ele significa. Enquanto uma pessoa humana é o ministro do sacramento, é o próprio Cristo que opera: Cristo batiza, Cristo confirma, Cristo absolve, Cristo muda o pão e o vinho em seu Corpo e Sangue, etc. Agindo em seus sacramentos, Cristo comunica a graça - aquela partilha na vida divina e no amor de Deus - oferecida através de cada sacramento (cf. Catecismo da Igreja Católica, 1127-28).
Portanto, a Igreja ensinou que os sacramentos agem ex opere operato, ou seja "pelo próprio fato de a ação ser executada". A eficácia do sacramento não depende do ministro humano - seja um bispo, presbítero, diácono ou fiel leigo. Não obstante, os sacerdotes devem sempre fazer o máximo para ser dignos ministros dos sacramentos que celebram, agindo em um estado de graça e refletindo o Cristo em cuja pessoa agem.
Os fiéis precisam rezar pelos seus padres, para que eles tenham a graça de viver santamente e perseverar em sua sagrada vocação. Não podemos esquecer os milhares e milhares de padres e religiosos que devotaram suas vidas ao Senhor e à Igreja, mas que nunca receberam a atenção da mídia por seu bom trabalho.
Em vários lugares, a imagem do sacerdócio católico está em desordem. Vários sacerdotes estão desestimulados por causa das falhas de alguns de seus irmãos padres. Alguns até mesmo se preocupam ou têm vergonha de sair usando o colarinho clerical com medo do que as pessoas irão pensar ou dizer. Vivemos no meio de tempos conturbados. Nosso Santo Padre está sendo perseguido e assim somos muitos de nós. Todavia, a Igreja será purgada e purificada. Como resultado, teremos uma Igreja mais forte, mais santa no final. Graças fluirão das duas formas do mesmo rito, mas os padres que assumirem a intenção de nosso Santo Padre e se esforçarem por viver santamente ajudarão mais rapidamente a Igreja a alcançar seu destino.

TCK: Sei que isto pode parecer uma pergunta tola, mas, como um "Padre Tradicional", o senhor aceita os ensinamentos do Concílio Vaticano II como foram escritos?
Pe. Fasching: Como um padre tradicional, eu aceito em absoluto os ensinamentos do Concílio Vaticano II como foram escritos. Eu gostaria de tomar esta oportunidade para pôr o foco em uma afirmação particular, resultante do Concílio Vaticano II:
"Desejo, portanto, que todos encontremos em Maria a Mãe do Sacerdócio, que vós e eu recebemos de Cristo... no meio do Povo de Deus, que olha para Maria com imenso amor e esperança, vós deveis olhar para Ela com esperança e amor excepcionais. Efetivamente, vós deveis anunciar Cristo que é seu filho: e quem melhor que sua Mãe vos há de transmitir a verdade sobre Ele? Depois, vós deveis nutrir os corações humanos com Cristo: e quem vos pode tornar mais conscientes daquilo que fazeis, se não Ela que o nutriu a Ele (Cristo)? 'Salve, ó verdadeiro Corpo (de Cristo), nascido da Virgem Maria!'. Há no nosso sacerdócio 'ministerial' a dimensão estupenda e penetrante da proximidade da Mãe de Cristo" (Carta do Beato João Paulo II a todos os sacerdote por ocasião da Quinta-feira Santa de 1979).
Maria é a Mãe e a Rainha dos Sacerdotes. Foi do plano divino de Deus querer encarnar-se e tornar-se sacerdote com e somente com o prévio consentimento e cooperação de sua bem-aventurada Mãe. Eu, por minha vez, não teria me tornado seu filho e um sacerdote de Deus a menos que ela o quisesse e me tivesse adotado como filho. Sou tão feliz e grato por pertencer à Bem-aventurada Virgem Maria por sua escolha pessoal e por um imutável e eterno decreto de nosso Pai do Céu. Cristo ama sua Mãe mais que todas as outras criaturas juntas. Eu creio que ele deseja que eu, seu outro eu, a ame até mesmo como ele a amou. Isto eu me esforço por fazer.
Embora Cristo seja Deus, ele desejou receber tudo, enquanto na terra, de sua Bem-aventurada Mãe. Ele fê-la conhecer todas as suas necessidades e dirigiu a ela todas as suas solicitações. Eu tento fazer o mesmo. Deus é infinitamente bom e poderoso e Cristo está pronto para dar-me tudo, como seu sacerdote, mas ele não o fará sem receber um sinal de sua Mãe Imaculada.
Maria é a dispensadora e a medianeira de todas as graças. Tendo Cristo desejado ser inteiramente dependente de sua Mãe, como uma criança pequena, eu creio que para agradar a Cristo eu devo ter essa mesma humilde e amorosa sujeição. Eu tento não empreender nada sem ela ou sem o conselho dela, e esforço-me por pedir sempre à Bem-aventurada Virgem Maria que me ilumine.
Tendo Cristo também desejado ter o consentimento dela não só para receber a vida humana, mas também para entregá-la na Cruz, eu também tento tributar-lhe a homenagem de minha inteira vida sacerdotal, todas as minhas atividades, minhas alegrias e meus sofrimentos. A Bem-aventurada Virgem Maria deu a Cristo sua existência humana e o ofereceu a Deus como um holocausto aos pés da Cruz. Ela está invisivelmente presente em toda Missa que celebro, e comigo, seu filho sacerdotal, continua a oferecer Cristo como vítima a Deus.

TCK: No artigo, o senhor enfatizou a conexão entre a Santa Missa e a Adoração Eucarística. Atualmente, na Igreja ocidental, parece que nisso não há somente uma desconexão mental, mas uma visão casual sobre a Eucaristia em geral. Refiro-me, por exemplo, à comunhão na mão e em pé. O Santo Padre restaurou o costume de se receber a Eucaristia sobre a língua e de joelhos. Isto, é claro, é a prática padrão na Missa latina tradicional, e agora também tornou-se prática padrão em todas as liturgias papais. O senhor acredita que esta prática também deveria ser promovida na missa moderna em vernáculo e o senhor poderia desenvolver este ponto? 
Pe. Fasching: Eu acredito que a prática de se receber a Sagrada Comunhão sobre a língua e de joelhos deveria ser promovida e praticada em todos os tempos, pois ela melhor enfatiza a verdade da presença real na Eucaristia, ajuda a devoção do fiel e presta-se mais facilmente ao sentido de sacralidade e mistério. Isto são algumas das coisas que se têm perdido nas recentes décadas, particularmente na Missa do Novus Ordo.
Como atleta que jogava futebol americano e basquete na universidade, e como ávido corredor, sou bastante consciente da força necessária nos joelhos para se realizar certas tarefas. Os joelhos são símbolo tanto da força como da humildade. O que fazemos com nossos joelhos evidenciam o que cremos em nossos corações. Quando fazemos genuflexão diante de Cristo no Santíssimo Sacramento, expressamos o que mais importa em nossas vidas. Nos Atos dos Apóstolos conta-se-nos que São Pedro "pôs-se de joelhos e orou" (9,40), e que São Paulo "se pôs de joelhos a orar" (20,36). Uma das minhas passagens favoritas da Escritura, que dá o mais forte fundamento teológico para o gesto de se ajoelhar, encontra-se na Carta de São Paulo aos Filipenses (2,6-11), onde São Paulo escreve: "ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos. E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor".
Eu creio que a maneira mais respeitosa de se receber a Eucaristia seja sobre a língua e de joelhos. Quando entramos numa capela de Adoração Eucarística, ajoelhamo-nos para rezar. Por que não nos deveríamos ajoelhar quando então recebemos a própria carne e o sangue de nosso Senhor? Devemos recobrar o respeito e a reverência que a Eucaristia exige por nossas ações exteriores, porque creio que nossas almas estão em risco.

TCK: Parece que há na Igreja uma grande incompreensão entre católicos contemporâneos e tradicionais. Esta incompreensão leva às vezes a uma desnecessária hostilidade entre eles. Talvez tudo isto venha de um inapropriado temor do desconhecido, ou talvez a falsa noção de que todos os católicos tradicionais procuram "fazer a Igreja voltar no tempo". O que o senhor pensa ser necessário para eliminar algumas destas desnecessárias hostilidades e incompreensões?
Pe. Fasching: Parece prevalecer a noção de que os católicos tradicionais querem "fazer a Igreja voltar no tempo". Esta se baseia numa comum falta de entendimento da intenção do Santo Padre. O Papa Bento nos lembrou que a Forma Ordinária e a Forma Extraordinária da Missa são do mesmo rito e estão em igualdade:
"O usus antiquior não é uma peça de museu, mas uma viva expressão do culto Católico... Aquilo que para as gerações anteriores era sagrado, permanece sagrado e grande também para nós... É um tesouro que pertence a toda a Igreja Católica e que deveria ser amplamente disponibilizado para todos os fiéis... Faz-nos bem a todos conservar as riquezas que foram crescendo na fé e na oração da Igreja, dando-lhes o justo lugar".
Algumas incompreensões comuns a respeito do Vaticano II incluem as seguintes:
O sacerdote de frente para o povo não foi introduzido pelo Vaticano II. Tornou-se prática não escrita na Missa do Novus Ordo sem qualquer diretriz do Vaticano II ou do Missal de 1969. O Cardeal Ratzinger disse, no Introdução ao Espírito da Liturgia, que o padre de frente para a assembleia é tentado “a ser um ator”. A Missa não é uma apresentação, portanto o aplauso é inapropriado. A Missa é um sacrifício e deve transcender a personalidade do sacerdote.
A língua oficial do Novus Ordo é o latim e a Missa pode ser celebrada em latim ou vernáculo.
A prática de se receber a Comunhão na mão não foi pedida pelo Vaticano II. Ela se espalhou como um abuso e foi em seguida aceita pela Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos, em 1977, por uma pequena maioria. Este indulto pode ser revogado a qualquer momento.
O Motu Proprio do Papa Bento, tornando a Missa Tradicional mais acessível, deveria ser visto como uma “reforma da reforma”, uma renovação da Igreja iniciada pela renovação litúrgica. A vasta maioria dos milhares de bispos no Concílio nem desejou e nem ordenou uma reforma radical da liturgia. Nunca foi intenção abandonar o uso do latim ou requerer que o celebrante ficasse de frente para o povo. Nada foi falado sobre ficar de pé para se receber a Comunhão na mão ou sobre colocar meninas para servirem ao altar. Nenhuma menção foi feita sobre o uso de múltiplos Cânones. No Rito Romano sempre houve uma Oração Eucarística.
As várias mudanças na liturgia foram feitas, na maior parte, depois do Vaticano II. A interpretação da intenção do Concílio foi motivada pelo que se tornou conhecido como “o espírito do Vaticano II”.
A mudança mais grave que se seguiu ao Vaticano II foi a perca de reverência. Como resultado, a consciência da Presença Real diminuiu. A Missa Latina Tradicional ajuda a restaurar esta perca de reverência e do sentido da presença real, devido à sua natureza contemplativa. Ela está envolta em silêncio. Há uma clara ênfase na Missa como o mesmo sacrifício que Cristo ofereceu no Calvário, embora de modo incruento. Todo gesto do sacerdote, os sinais da cruz, as genuflexões, são estritamente controlados pelas rubricas. Não há nada de espontâneo. De fato, nosso Santo Padre disse que a grandeza da liturgia depende desta falta de espontaneidade. A Missa é feita para ser um elaborado ritual do “tempo fora do tempo”.
O Santo Padre enfatizou que, através do Motu Proprio, ele deseja enriquecer a liturgia da Igreja inteira e não meramente proteger o direito daqueles que preferem a forma antiga. O fato do Papa Bento tornar a Missa Latina Tradicional mais amplamente acessível não é algo nostálgico e nem "que nos faz voltar atrás”. Na verdade, encorajando uma mais difundida celebração da forma clássica do Rito Romano, ele intenta criar um tipo de ímã litúrgico, trazendo "a reforma da reforma" na direção de uma maior solenidade e reverência no culto da Igreja Católica.

TCK: Mais um vez gostaria de agradecê-lo pelo privilégio de conversar com o senhor, e por nos conceder esta entrevista. Que Deus abençoe o senhor nos trabalhos que o senhor faz para a Diocese de Springfield-Cape Girardeau.
Pe. Fasching: Obrigado, Catholic Knight, por me fazer esta entrevista e por tudo que você faz na batalha contra o relativismo na Igreja. Espero falar com você num futuro próximo.

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Tradução por Luís Augusto - membro da ARS

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