São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil

Pax et bonum!

Amanhã, 3 de abril de 2014 (a Santa Sé adiou a canonização que ocorreria hoje, dia 2), o Bem-aventurado José de Anchieta, jesuíta espanhol do séc. XVI, será canonizado através de "canonização equipolente", ou seja, preenchendo três requisitos mas sem a necessidade dos dois milagres oficiais comprovados. Este procedimento, embora usado poucas vezes, é canônico e conhecido na história católica.
E quem é este presbítero, este santo, que até então temos comemora, a 9 de junho (data de sua morte), como bem-aventurado? Quem é este de quem dizemos, no Hino do Ofício das Leituras (forma ordinária):

Do seu rebanho foi pastor e exemplo,
ao pobre alívio e para os cegos luz,
pai carinhoso, tudo para todos,
seguindo em tudo o Bom Pastor Jesus.

Cristo, que aos santos dais nos céus o prêmio,
com vossa glória os coroando assim,
dai-nos seguir os passos deste mestre
e ter um dia um semelhante fim.

Quem é? 
O pequeno José nasceu no dia daquele grande José (Esposo da Virgem Maria e Patrono da Igreja Universal), cujo mês terminamos há pouco, portanto, a 19 de março. Espanhol, natural de São Cristóvão, Tenerife, uma das ilhas do Arquipélago das Canárias, veio ao mundo no ano de 1534, quando a revolução protestante de Martinho Lutero já estava em curso e o obscuro nevoeiro da heresia estava prestes a causar grandes estragos no ocidente.
Seu pai tinha parentesco com Santo Inácio de Loyola, que neste tempo já contava mais de 40 anos de vida e, digamos, pouco mais de 10 de sua conversão.
José ingressou na Companhia de Jesus aos 17 anos e aos 19 (em 1553) já pisava o solo brasileiro.
Seu título - Apóstolo do Brasil - já resume a que veio: difundir o Reino de Deus, pregar a sã doutrina, trazer a luz da fé, fazer com que as almas conhecessem a luz de Cristo.
Sacerdote, pregador, médico, poeta - trabalhou e fatigou-se muito, mas era como dizia: "Nada é árduo aos que têm por fim somente a honra de Deus e a salvação das almas, pelas quais não duvidarão dar a vida", como se lê numa de suas cartas, cujo trecho encontra-se no Ofício das Leituras de sua memória.
Participou da fundação de um colégio, onde foi professor, e que deu origem à cidade de São Paulo, que tanto deve a este santo missionário.
Descansou finalmente em Deus a 9 de junho de 1597, com 63 anos, na vila de Reritiba ou Iriritiba, fundada por ele, atual cidade de Anchieta, no Estado do Espírito Santo.
Tendo sido beatificado pelo Beato João Paulo II em 1980, é agora posto ao culto universal como modelo de religioso, missionário, presbítero.
Em sua honra queremos publicar nesta postagem a obra "Cartas, informações, fragmentos históricos e sermões", um verdadeiro pote de ouro para quem quiser conhecer mais da vida de nosso santo. Esta obra, de 1933, está inteiramente disponível na web graças à Biblioteca Nacional de Portugal. Pode ser baixada ou lida online clicando na imagem abaixo:

Que ele rogue a Deus por nosso país, para que não se perca e não morra a semente há tanto lançada.
Sejam reafirmadas para nós as palavras de exortação do amado Papa Pio XII, por ocasião do IV Congresso Eucarístico Nacional, em 1942:

"Se alguma hora o erro ou a superstição tentassem ameaçar a vossa fé, roubar-vos a Jesus sacramentado, vós uni-vos mais intimamente a Ele, e armados com a Sua fôrça, pois que, como cantou o vosso grande apóstolo, o venerável José de Anchieta, 'é manjar de lutadores, / galardão de vencedores / esforçados', resisti, combatei, vencei; conservai intacta a mais preciosa herança que vos legaram vossos antepassados, a fé católica, apostólica, romana".

Mais informações sobre a vida do Apóstolo do Brasil:

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