Mais sobre estola cruzada, véu do cálice e versus Deum no Vaticano
Pax et bonum!
1. A do Santo Padre realmente pertenceu a Paulo VI e foi usada na Epifania de 2009;
2. As casulas dos concelebrantes também datam da década de 60 e, segundo um comentário no The New Liturgical Movement, foram feitas para os cardeais no tempo do Concílio Vaticano II, que na Missa Papal se paramentavam de acordo com seu grau de ordem no cardinalato (cardeal diácono, presbítero ou bispo). Isto se percebe pelo brasão de Paulo VI nos paramentos;
3. O uso da estola cruzada pode ter sido feito, segundo alguns:
3.1. Por estética, sendo visível a estola pela frente, na cavidade do pescoço até o peito, aproximadamente;
3.2. Por uma nova forma de demonstrar a deferência ao Santo Padre;
3.3. Por uma nova forma de acentuar o papel do celebrante principal;
4. Além disso os concelebrantes vestiram belas alvas rendadas.
Sobre o uso do véu do cálice no Vaticano temos também o testemunho da Missa em sufrágio pelos Cardeais falecidos durante o ano de 2010 (04/11). Sobre o cálice pode-se pensar ser uma bolsa de corporal, mas me parece branco (se for dourado pode ser a borda da bolsa), o que poderia ser um corporal grande (dada a quantidade de vasos sagrados sobre o altar), pois ficaria estranho ou sem sentido usar uma bolsa de outra cor ou colocar a pala por cima do véu.
Uma outra celebração papal "versus Deum" aconteceu no dia 02 de dezembro de 2010, exéquias da sra. Manuela Camagni, uma das Memores Domini (leigas consagradas que servem no dia-a-dia do Santo Padre), na Capela Paolina. Lembramos que este altar é recente e separado da parede.
Ainda sobre o uso das casulas romanas (até aqui normal, embora incomum nas concelebrações papais) na Missa da Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (01/01), no Vaticano, temos as seguintes observações:
Após a Missa, o Santo Padre e os concelebrantes (no interessante número reduzido de 5)
Epifania do Senhor em 2009
Concelebrantes durante a procissão de entrada
3.1. Por estética, sendo visível a estola pela frente, na cavidade do pescoço até o peito, aproximadamente;
3.2. Por uma nova forma de demonstrar a deferência ao Santo Padre;
3.3. Por uma nova forma de acentuar o papel do celebrante principal;
4. Além disso os concelebrantes vestiram belas alvas rendadas.
Sobre o uso do véu do cálice no Vaticano temos também o testemunho da Missa em sufrágio pelos Cardeais falecidos durante o ano de 2010 (04/11). Sobre o cálice pode-se pensar ser uma bolsa de corporal, mas me parece branco (se for dourado pode ser a borda da bolsa), o que poderia ser um corporal grande (dada a quantidade de vasos sagrados sobre o altar), pois ficaria estranho ou sem sentido usar uma bolsa de outra cor ou colocar a pala por cima do véu.
Procissão das oferendas, Missa em Sufrágio dos Cardeais Falecidos em 2010
(nota-se o diácono carregando o cálice velado)
Uma outra celebração papal "versus Deum" aconteceu no dia 02 de dezembro de 2010, exéquias da sra. Manuela Camagni, uma das Memores Domini (leigas consagradas que servem no dia-a-dia do Santo Padre), na Capela Paolina. Lembramos que este altar é recente e separado da parede.
Saudação pela frente do altar
Santo Padre sentado do lado esquerdo da capela (como na Capela Sistina)
Durante a Oração Eucarística
"A paz do Senhor esteja sempre convosco"
Celebração versus Deum em 01/12/2009, com a Comissão Teológica Internacional
Por Luís Augusto - membro da ARS
Pena o Santo Padre não ter utilizado paramentos pretos para essa Missa de exéquias... Aliás, o antigo costume não era de o celebrante se sentar do lado direito? Ou para bispos era diferente?
ResponderExcluirSobre a estola cruzada, realmente "sem sentido". Cheguei a pensar numa possível reedição da paramentação conforme a ordem do cardinalato, mas o Cardeal Bertone está com a estola também cruzada e até onde sei é cardeal-bispo... Fico com a opção 3.3.
Mas uma coisa que não entendi já faz um tempo e que pode ser vista ao fundo da terceira foto, mas melhor no post abaixo, são os cardeais-diáconos usando uma mitra faixada em lugar da tradicional mitra-pinha. Neste caso pode-se dizer que não eram concelebrantes e portanto não se enquadram na exigência do C.B. quanto à mitra simples para os bispos concelebrantes, apesar de inusitado. Mas notei o mesmo logo na Concelebração de entrega do anel cardinalício, onde todos os novos cardeais utilizavam esta mesma mitra (faixada, pode-se ver aqui: http://www.vatican.va/news_services/liturgy/photogallery/2010/20101121/index.html).
Sabes algo sobre ela? Isso está me atormentando... hehehe
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Saindo um pouco do post, uma feliz virada para muitas de nossas paróquias neste ano de 2011! Fiquei particularmente admirado com seu pároco (?) explicando a posição versus Deum na homilia da Epifania. Que a adote se possível. Se me permite a pergunta, você está levando-o ao conhecimento de nossa tradição, tão rara entre nossos sacerdotes? Deduzo isso devido ao fato de ser uma das primeiras vezes do arranjo beneditino e da escuta do podcast do Pe. Paulo Ricardo... Pergunto porque ainda não tive a coragem e nem sei como chegar ao meu pároco e, popularmente falando, "ensiná-lo a rezar Missa"... Me refiro a coisas simples, como não usar âmbulas de vidro ou usar a casula em todas as Missas... Compreende-me?
Pax et bonum!
ResponderExcluir- Vejamos que o normal para todos seria usar roxo ou preto para Exéquias. Todavia sempre usam vermelho nas exéquias de cardeais. Não sei se isto está em algum livro com cerimônias à parte para a Cúria Romana.
- No Pontifical Solene é, de fato, comum ver o trono episcopal do lado esquerdo, enquanto o simples presbítero normalmente se sentava do lado direito para a Missa Cantada.
- Quanto à estola, acho que haverá algum texto, estudo, entrevista ou semelhante que revelará a explicação.
- Quanto às mitras, nada poderei responder, pois nunca estudei muito o Cerimonial dos Bispos e não tenho lido nada sobre isso.
- Bem, o Pe. José de Pinho não é meu pároco. Eu ajudo na Paróquia da Matriz da capital, mas minha paróquia é uma na zona sul. Ele, todavia, é meu confessor e é o coordenador do Setor de Liturgia da Arquidiocese, além de ser o Mestre de Cerimônias do Arcebispo. Foi ele que me chamou para ser cerimoniário da Matriz. Daí você vê que temos afinidade e proximidade.
Bem, converso muito com ele. Faço minhas tentativas. Esperamos alcançar algo mais neste 2011. Para você conseguir abertura da parte de um sacerdote, você precisa ganhar confiança.
Espero que consiga. Deus abençoe você.
Luís Augusto R. Domingues