O Sacratíssimo Coração de Jesus e Pe. Reus

Pax et bonum!

Por causa do trabalho não pude organizar uma postagem sobre o Sagrado Coração de Jesus que celebramos solenemente ontem (sexta-feira depois do II Domingo depois de Pentecostes).
Hoje, porém, memória obrigatória do Imaculado Coração de Maria (segundo o Calendário Romano Ordinário), aproveito alguns trechos da Grande Biografia do Pe. João Baptista Reus, SJ, escrita pelo Pe. Fernando Baumann, SJ, para brevemente testemunhar o grande amor do co-patrono da ARS ao Coração Santo de nosso Senhor.
Sobre detalhes históricos da devoção e da solenidade do Sagrado Coração de Jesus, bem como o seu profundo significado e importância, aconselho vivamente que se leia a Encíclica Haurietis Aquas (Haurireis águas) do grande Papa Pio XII.
Normalmente as expressões, frases e períodos entre aspas são citações do Diário do santo sacerdote.

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Se quisermos enfeixar numa só frase o segredo e originalidade da vida interior do nosso Servo de Deus, só poderia ser esta: No Coração de Jesus, do qual quis ser e permanecer "vítima de amor". Ele mesmo assinalou o culto e imitação desse Divino Coração como sendo sua devoção especial e a Ele se referiu milhares de vezes - e isso sem nenhum exagero - empregando superlativos como estes: "Dulcíssimo", "Amorosíssimo", e outros. Queria, em suma, dizer o mesmo que São Paulo exprimia ao repetir a cada passo a expressão: "in Christo Iesu" (Em Cristo Jesus), com a diferença de penetrar ainda mais nos sentimentos mais íntimos da devoção a Cristo Nosso Senhor. Falando do "Coração de Jesus", Pe. Reus referia-se à Pessoa de Jesus, ao Divino Salvador feito homem, ao Amor Personificado e Infinito de Jesus, que se consome e oferece pela glória do Pai e salvação das almas. Referia-se ao Homem-Deus, cuja Encarnação, Vida, Paixão e Morte só acham explicação em seu Amor Infinito, e que se norteava unicamente e em tudo pela força irresistível mas suavíssima do mesmo Amor, simbolizado no "Coração". Referia-se a Jesus Cristo, cujo Amor é por muitos tão mal correspondido, mas que espera ao menos da parte das almas eleitas uma compensação ou desagravo.
Pe. João Baptista Reus, embora educado em meios católicos, chegou à idade de 20 anos sem propriamente conhecer e venerar o Coração Divino, porque ninguém lho ensinara. Porém, uma vez Seminarista, chegou-lhe às mãos um livro do Pe. Noldin, SJ, e após sua leitura sentiu-se conquistado por inteiro para a dita devoção, tanto assim que pouco depois, no Natal de 1893, comprometeu-se por um voto a promover e difundir essa devoção. Podemos afirmar até mesmo que o cumprimento irrestrito dos desejos do Coração Divino e a ânsia de conhecer e promover cada vez mais o amor ao Sagrado Coração, constituíam o eixo central e o ímã de todo o seu pensar e agir. (...)
Ao Divino Coração de Jesus, como "Esposo Predileto de sua alma", cabia de manhã ao acordar a "primeira saudação de amor" do Servo de Deus, saudações que Nosso Senhor ansiosamente parecia aguardar, porquanto, às vezes, aparecia em forma visível perto de sua cama. Quando, ao levantar, "punha o pé no chão", sua primeira prece soava: "Seja em prol das vossas almas". (...) O voto heróico de escolher "em tudo o mais perfeito" dedicou-o expressamente ao Sagrado Coração de Jesus. (...)
No Coração de Jesus via Pe. Reus "a fonte de todas as graças" e "a fonte de toda santidade". Isso mesmo foi-lhe dado conhecer durante a Missa, em 10 de fevereiro de 1941: "Logo no início deparei bem junto ao altar um sol, no meio do qual, instantes depois, apareceu o Divino Salvador, ostentando o seu Santíssimo e Divino Coração. Seu Sacratíssimo Coração é, com efeito, o Sol, cuja luz e calor são a condição da santidade sacerdotal. Resta pois praticar e promover a devoção ao Sagrado Coração!". (...)
Em 11 de agosto de 1942 lemos o seguinte: "Quando... recitei a conclusão Per Dominum nostrum Iesum Christum (Por nosso Senhor Jesus Cristo), contemplei o Divino Salvador, que de seu Coração Santíssimo deixou cair sobre mim uma torrent não sei se de amor ou de sangue, em todo o caso de graças. Por meio dele alcançamos todas as graças, o que é sobremaneira facilitado pela devoção ao Sacratíssimo Coração. (...)" (...) A 19 de fevereiro de 1946 recebeu a ordem de acrescentar: "Eu mesmo me encontrava no meio de chamas, que se cruzavam com as chamas de Amor que (partindo do Coração de Jesus) choviam sobre mim. pelo fim da Missa observei que as chamas do Sagrado Coração de Jesus tudo enchiam e penetravam. o Sagrado Coração de Jesus é tudo em toda parte, pois 'omnia in ipso constant'. Toca ao sacerdote a ventura de se encontrar no meio desse incêndio universal de amor e abrasamento e de reparti-lo entre os outros". (...)
(...) a 25 de maio de 1943: "É sobretudo no Sacrossanto Sacrifício da Missa que nos é dado retribuir o Amor do Sagrado Coração de Jesus. Eis porque a Santa Missa em honra do Sagrado Coração é a melhor devoção ao mesmo". (...)
Inegavelmente pode e deseja o padre, grande devoto e predileto que foi do Coração Redentor, servir-nos de modelo e guia também nesse particular, de acordo com o grande desejo que alimentara na terra: que sua vida toda se convertesse em apostolado, para que o Sacratíssimo Coração de Jesus fosse cada vez mais conhecido na sua transbordante Misericórdia para com todos.
 Por Luís Augusto - membro da ARS

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